Marcelo Emerson Publicado em 02/02/2023, às 09h46
Outro dia aconteceu comigo uma situação curiosa. Eu estava conversando com amigos num grupo de “whatsapp” e, em certo momento da troca de mensagens, declarei que sou cristão. Foi o suficiente para a conversa chegar a um término abrupto provocado pelo meu interlocutor.
Sim, isso mesmo. O simples fato de me pronunciar como adepto do cristianismo causou certo mal-estar.
No dia seguinte, o administrador do grupo (também um dos interlocutores na conversa citada) entrou em contato diretamente comigo, “alertando” que a minha declaração pessoal a respeito das minhas convicções religiosas era um tanto inconveniente, uma vez que ela poderia ser associada a determinado espectro político ideológico. Sem maiores delongas, meus interlocutores associaram diretamente o cristianismo às ideologias a que convencionamos chamar de “direita”.
Argumentei que tal conclusão é equivocada, pois, embora haja períodos históricos que em que movimentos conservadores (identificados com a tal “direita”) e entidades religiosas formaram aliança para exercer o poder político, são diversos os exemplos de associação do cristianismo com o outro espectro ideológico (esquerda).
Atualmente, há exemplos de lideranças religiosas identificadas com ambos os polos ideológicos, direita e esquerda.
E mais, continuei argumentando, os valores essenciais do cristianismo transcendem o mero debate político-ideológico, já que justiça, verdade, honestidade, lealdade, gratidão, apreço ao serviço e humildade, apenas para citar alguns, devem transcender a disputa política, e, sobretudo, as lutas partidárias.
Você, caro leitor, pode me perguntar se perdia a calma quando isso aconteceu. Respondo tranquilamente que não, pois sei que a recompensa do cristão depende do compartilhamento das aflições de Cristo, que já nos alertou: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”. (Mateus 5:10).