DÓLAR

Mercado financeiro reage a discurso de Powell e dólar cai

Cotação do dólar no Brasil foi impactada pelas declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Congresso dos EUA

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve - Imagem: Reprodução / Federal Reserve / Flickr

Sabrina Oliveira Publicado em 10/07/2024, às 09h01

O dólar fechou esta terça-feira (9) em forte queda de 1,12%, cotado a R$5,41, a menor cotação de fechamento ante o real desde o dia 24 de junho, após um dia tranquilo no mercado financeiro. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira (B3), fechou em uma leve alta de 0,44%, aos 127.104 pontos, completando sete sessões seguidas no azul. A última vez que o Ibovespa havia fechado com sinal positivo em sete pregões consecutivos fora em junho de 2023.

Os resultados foram impactados pelas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que, ao apresentar seu relatório semestral de política monetária ao Congresso dos EUA, destacou que a economia americana cresceu a um ritmo robusto. “Esta não é mais uma economia superaquecida”, disse Powell, acrescentando que “estamos bem cientes de que enfrentamos riscos bilaterais, e já há algum tempo”, que devem ser cuidadosamente equilibrados frente à política monetária. Ele observou que, apesar do progresso, a inflação ainda permanece acima da meta de 2%, mas tem mostrado sinais de desaceleração sem um aumento significativo no desemprego​​. Durante a audiência, ele enfatizou a necessidade contínua de monitorar os riscos inflacionários.

De março de 2022 a maio de 2023, o banco central norte-americano subiu a taxa de juros em 5 pontos percentuais. Esses aumentos elevaram o custo dos empréstimos ao consumidor, das taxas de hipotecas, empréstimos para automóveis e cartões de crédito, entre outras formas de empréstimo. O objetivo era desacelerar os gastos e esfriar a economia. As afirmações de Powell podem reforçar as expectativas de mudanças na declaração de política monetária a ser divulgada após a reunião do Fed de 30 a 31 de julho, que pode abrir a porta para um corte nas taxas em setembro.

No Brasil, as projeções para a inflação em 2024 na última edição do Relatório Focus, pelo Banco Central (BC), subiram pela nona vez seguida. Para 2025, aumentaram pela décima vez consecutiva. Além disso, as estimativas para o dólar foram elevadas para 2025 e 2026. A previsão do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024 avançou, mas para o ano seguinte, 2025, ela caiu.

Os dados refletem a mediana das avaliações de cerca de 150 analistas do mercado financeiro, consultados semanalmente em pesquisa realizada pelo BC. O mercado acredita que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar este ano em 4,02%, ante 4% na semana passada. As projeções para o dólar também aumentaram para 2025 pela quinta vez seguida. Nesse caso, ela foi de R$5,19 para R$5,20. Para 2026, também houve elevação – e pela quarta vez consecutiva –, com os mesmos números de 2024 (de R$5,19 para R$5,20). Para 2024 e 2027, a previsão é que a moeda americana alcance R$5,20.

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