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Estratégia Sob Fogo Cruzado: A batalha ideológica que travou a modernização militar no Brasil

ATMOS 155 - Imagem: Divulgação

Agenor Duque Publicado em 12/10/2024, às 19h56

A decisão do governo brasileiro de barrar a compra de 36 unidades do blindado ATMOS 155, de Israel, revela mais uma vez como a ideologia tem prevalecido sobre a segurança nacional. Ao invés de priorizar o fortalecimento das Forças Armadas, o governo do presidente Lula escolhe subordinar a defesa do Brasil a uma agenda política enviesada, que defende interesses questionáveis e contraria aliados tradicionais.

A licitação, vencida pela empresa israelense Elbit Systems em abril deste ano, previa o investimento de R$ 1 bilhão na modernização da artilharia do Exército nos próximos dez anos. Israel, uma nação reconhecida por sua expertise em defesa e tecnologia militar de ponta, foi escolhida pelo critério de melhor preço e qualidade técnica, superando concorrentes da França, China e Eslováquia. No entanto, o governo paralisou o processo por questões puramente ideológicas.

O ministro da Defesa, José Múcio, em um evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI), deixou claro que o contrato foi travado devido à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. "Por questões ideológicas, nós não podemos aprovar", afirmou Múcio, citando pressões internas no governo, em particular de Celso Amorim, assessor-chefe de Assuntos Internacionais da Presidência.

A resistência do governo à aquisição de equipamentos de defesa de Israel expõe uma contradição perigosa: enquanto o Brasil necessita urgentemente de modernizar suas Forças Armadas, o presidente Lula e sua equipe preferem adotar uma postura crítica a Israel, uma nação que, apesar de não ser perfeita, é democrática e luta pela sua segurança contra grupos terroristas. Em lugar de apoiar um parceiro que tem vasta experiência no combate ao terrorismo, o governo brasileiro dá sinais de simpatia por regimes e movimentos que promovem a violência, como o Hamas, e países como o Irã.

Essa inclinação ideológica é uma afronta à lógica. A compra de armamentos israelenses fortaleceria a capacidade defensiva do Brasil, especialmente em um mundo cada vez mais instável. No entanto, o governo parece mais preocupado em manter uma postura "politicamente correta" perante certos grupos internacionais do que em garantir a soberania e segurança nacionais. O Brasil opta por priorizar uma visão distorcida dos conflitos globais, onde os verdadeiros agressores, como o Hamas, recebem indulgência, quando deveria se alinhar com nações que defendem a democracia e combatem o terrorismo.

O Congresso, especialmente os parlamentares de oposição, tem exigido respostas sobre essa decisão. A ideia de chamar José Múcio e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, à Comissão de Defesa Nacional reflete a necessidade de explicações mais consistentes do governo. Senadores e deputados de direita têm sido enfáticos: compras estratégicas para a defesa do país não podem ser influenciadas por ideologias que fragilizam nossa segurança.

As críticas são justificadas. O Brasil tem um histórico de colaboração com Israel em áreas como segurança cibernética e tecnologia de defesa. Israel, além de ser um dos países mais avançados no desenvolvimento de equipamentos militares, é um aliado que compartilha os mesmos valores democráticos que o Brasil deveria defender. Ignorar isso em favor de uma narrativa que absolve grupos terroristas não apenas é incoerente, mas também perigoso.

Vale ressaltar que o Tribunal de Contas da União (TCU) já esclareceu que não há impedimentos legais para que o Brasil adquira material militar de países que estejam em conflito, como Israel. A legislação brasileira permite tais aquisições desde que não haja tratados internacionais que imponham restrições, o que não é o caso. O argumento técnico, portanto, não justifica o bloqueio. A decisão de barrar a compra é puramente política.

Enquanto isso, a segurança do Brasil fica comprometida. Sem a aquisição dos blindados ATMOS 155, o Exército brasileiro continua com uma frota desatualizada, incapaz de acompanhar as exigências da defesa moderna. Ao invés de se preparar para os desafios do futuro, o Brasil é refém de uma política externa que não favorece seus próprios interesses estratégicos, preferindo agradar setores que, no fundo, compartilham de uma visão distorcida do cenário global.

Enquanto isso, a segurança do Brasil fica comprometida. Sem a aquisição dos blindados ATMOS 155, o Exército brasileiro continua com uma frota desatualizada, incapaz de acompanhar as exigências da defesa moderna. Ao invés de se preparar para os desafios do futuro, o Brasil é refém de uma política externa que não favorece seus próprios interesses estratégicos, preferindo agradar setores que, no fundo, compartilham de uma visão distorcida do cenário global. Esse impasse destaca um problema maior: a falta de pragmatismo na condução da defesa nacional. A agenda ideológica do governo Lula, ao insistir em uma visão anti--Israel e, por consequência, pró-Hamas, coloca em risco a modernização das Forças Armadas. A segurança do país não pode ser sacrificada em nome de afinidades políticas questionáveis. A proteção do território e da soberania do Brasil deveria estar acima de qualquer divergência ideológica, mas, infelizmente, parece que essa não é a prioridade da atual gestão.

Com o processo de compra travado e a oposição cada vez mais crítica, o Brasil se vê em uma situação de vulnerabilidade. Enquanto o governo hesita, outros países avançam em suas capacidades de defesa, inclusive com o apoio de Israel. O Brasil, por outro lado, corre o risco de ficar para trás, sem os recursos necessários para enfrentar possíveis ameaças futuras.

O que se espera é que a decisão seja revista, e que o governo compreenda a importância de fortalecer as Forças Armadas com o melhor que a tecnologia militar pode oferecer, sem se deixar influenciar por ideologias que não servem aos interesses do país. Afinal, a defesa da soberania nacional deve sempre estar em primeiro lugar, e Israel, como parceiro confiável, oferece as ferramentas necessárias para isso.

Lula ISRAEL Forças Armadas AGENOR DUQUE

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