Alunos e ex-alunos do Colégio Santo Agostinho, no Leblon, Zona Sul do Rio, fizeram um ato, no início da tarde desta sexta-feira (5), contra a suspensão do uso
Redação Publicado em 05/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 17h25
Alunos e ex-alunos do Colégio Santo Agostinho, no Leblon, Zona Sul do Rio, fizeram um ato, no início da tarde desta sexta-feira (5), contra a suspensão do uso do livro “Meninos sem pátria”, publicado em 1981 por Luiz Puntel.
Segundo os estudantes, responsáveis de alguns alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, que adotavam o livro como material didático, alegaram que o exemplar “doutrinava crianças a terem ideologias comunistas”, por contar a história de uma família exilada durante a ditadura.
“É só ler o livro que vai ver que não se trata disso. É uma literatura infantil, é ótimo. Eu li quando tinha 12 anos. Eu estou aqui contra a censura dos pais dos alunos e do Colégio Santo Agostinho”, disse a ex-aluna Julia Iorio, de 18 anos.
Segundo Paulo Spilotros, pai de uma das estudantes do Colégio Santo Agostinho, um grupo de responsáveis fez abaixo-assinado contra a suspensão do livro. Ele acredita que não há influência comunista em apresentar um livro que fale sobre a ditadura para os estudantes.
“Eu acho que a gente tem sempre que lutar por liberdade de expressão. Não se retira um livro simplesmente porque um grupo de pais quer politizar a questão, dizer se é comunismo, capitalismo, isso pouco importa. O que a escola tem que mostrar são as várias vertentes, e todo mundo tem que participar”, disse Paulo.
“Minha filha leu. Ninguém virou comunista por causa disso. As pessoas têm que abrir a mente”, acrescentou o pai.
Um dos personagens da história do livro, o jornalista Ricardo Rabelo participou do ato e agradeceu aos estudantes pela iniciativa de lutar contra a censura do exemplar na escola. Ele conta que foi exilado do país quando ainda bebê e só voltou para o Brasil aos 16 anos.
“O livro resgata um momento histórico do Brasil para que isso nunca mais se repita”, disse.
“Isso é um tiro no pé da escola, uma escola católica, que prega o Evangelho, devia ter feito um debate sobre o livro e não censurado o livro porque vai repercutir”, afirmou Ricardo.
“Isso levantou um debate e esse debate podia ter sido dentro das paredes da escola”, emendou.
O jornalista ressaltou a relevância do livro no ensino das escolas: “O livro é super leve e vem sendo adotado há mais de 30 anos nas escolas de todo o Brasil. São 26 edições”, completou.
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