Tite avalia Neymar em empate do Brasil: “Talvez haja expectativa de que faça toda hora a diferença”

Técnico comentou empate por 0 a 0, contra a Colômbia, nos primeiros dois pontos perdidos nas Eliminatórias. Ele vê enfretamento de bom nível no jogo em Barranquilla

O técnico da seleção brasileira, Tite, viu partida de bom nível do Brasil contra a Colômbia, em Barranquilla. O empate por 0 a 0 em Barranquilla encerra sequência de nove vitórias, mas mantém a equipe brasileira muito distante dos concorrentes sul-americanos na ponta da tabela.

Para Tite, o jogo mostrou bom enfrentamento entre dois times que procuraram o jogo, embora com características diferentes.

Neymar conduz a bola acompanhado por dois jogadores no empate Colômbia 0 x 0 Brasil — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

O treinador foi questionado sobre a partida abaixo do normal de Neymar, que criou boas jogadas, mas errou bastante na segunda etapa – 17 passes incompletos, no scout Globo. De acordo com Sofascore, foram 30 perdas de posse de bola. Ele defendeu a atuação do craque.

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– Tivemos participação coletiva importante num jogo importante, com Neymar bem, como no nível da equipe bom. Talvez as expectativas em cima dele sejam que ele faça toda hora excepcionalidades e toda hora faça a diferença. É um jogador excepcional, porque faz jogadas excepcionais, excepcionalmente. E não corriqueiramente. É sim um jogador diferenciado, sabemos dessa condição. Foi muito bem marcado também, por vezes dobrada a marcação em cima dele, num contexto geral – disse Tite.

Os erros de Neymar

Confira lances de Neymar em Colômbia x Brasil pelas Eliminatórias

Depois de nove jogos e nove vitórias, a Seleção perdeu os dois primeiros pontos na competição. Não foi jogo de grandes chances. Neymar voltou ao time e foi bem na primeira etapa, mas caiu muito no segundo tempo, quando Antony e Raphinha entraram bem. O treinador ressaltou a importância das experiências na equipe e alegou momento de construção.

– Estamos em fase importante de entrada de atletas, de resgatar atletas jovens, de botar para jogar, em jogos importantes com atmosfera de retorno de público. Jogar com equipe qualificada como a Colômbia. Diferentemente do outro jogo (Copa América), que teve mais antijogo, hoje não, teve mais qualidade técnica das duas equipes. Hoje teve troca de iniciação, as duas equipes propunham jogo, iniciando com seus goleiros, invariavelmente. Tinha construção média, nós com mais posse, a Colômbia com mais verticalidade. Nós conseguimos concluir cinco vezes de dentro da área, com duas oportunidades reais, em que o Ospina foi muito bem. Oportunidades mais criadas, mas em mais finalização de média distância da Colômbia. Foi jogo de bom nível – avaliou o treinador.

O Brasil tem 28 pontos e segue líder com folga das eliminatórias. Está com um pé na Copa do Mundo. A Colômbia tem 15 pontos e é a quinta colocada, posição que a levaria à repescagem. Na próxima quinta, a Seleção encara o Uruguai em Manaus, e os colombianos recebem o Equador, novamente em Barranquilla.

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Ideia de jogo

– A iniciação hoje ela teve forma diferente. Danilo compondo com a saída de três, deixando Gabriel à frente, com Barbosa juntamente com Neymar. Com Paquetá à frente, com liberdade de criação, com segundo homem de meio indo. Com Alex Sandro mais na profundidade.

(Auxiliar Cleber Xavier) – Tínhamos movimentação dos volantes, com Fred um pouquinho mais à frente. Fabinho por trás, com Jesus aberto na direita. Conseguimos criar com saídas boas, com bola no chão até o final, dentro dessas nossas saídas tivemos duas situações de gol. Uma que o Antony perde, em saída de trás de bola trabalhada. E mais a outra, que foi a jogada do Raphinha, que Neymar escapou o domínio e não conseguiu finalizar. Isso para citar dois exemplos que aconteceram dessa saída com três jogadores.

– Talvez essa finalização do Antony caracteriza mais a ideia, um modelo. Ela passou por todos atletas a construção, com a Colômbia fazendo pressão alta. Ela conseguiu furar a pressão para que nos espaços articulássemos, mas o Ospina fez grande defesa. Talvez essa represente aquele modelo que nós, com os atletas mais jovens, estamos tentando juntamente com os outros, nesse processo até terminal de ter mais entrosamento. Nunca jogaram Raphinha, Antony, Neymar e Paquetá. Então tem que ter pouquinho de calma para ter sintonias finas do meio para a frente. Esse processo a gente está em busca.

Participação ofensiva de Fabinho e Fred

– Fabinho é um jogador mais posicional, com saída boa, num número enorme de acerto de passes, com Fred pouco mais à frente. Mas são jogadores que trabalham por trás. Não são jogadores com característica de infiltração. O Fred rodando, fazendo com que os atletas, o externo, o Jesus, o Neymar, o Gabriel Barbosa, o Paquetá, recebesse essa bola, com mais clareza, com bons passes. Para nós fizeram bom jogo, dentro das características deles.

– Futebol é de peso e contrapeso. De equilíbrio. Alguns fazem alguma coisa para outros criarem mais. O que estou dizendo é que quando se tem cinco entrelinhas e lateral-esquerdo que joga lá na frente, como foi Alex Sandro invariavelmente, quando tem Gabriel Barbosa, Neymar, Jesus, Paquetá, você tem cinco jogadores que estão numa zona mais avançada para receber essa construção de jogadores que vêm de trás. Então os passadores precisam “linkar” essas bolas na frente. Você vê que cinco estão construindo para que outros possam criar, outros possam ter um contra um, outros possam finalizar.

O futebol da Seleção não agrada?

– A pessoa colocar na boca de outros comentários é difícil de contra-argumentar o que ela fala a respeito de outros. O que posso dizer é que estamos numa fase, em etapas, construindo uma classificação, construindo uma equipe. Nós temos atletas jovens e essa compreensão… Agora, contrapor e essa pretensão dele (jornalista) falar… talvez alguns muitos outros eu represente, a seleção brasileira represente, esse modelo represente. A esses que não represento, compreendo. Falar “a torcida”? Daqui a pouco fica um pouco pretensioso. Tem outros tantos que nos abordam e que entendem processo de estágio, de formação, de atletas jovens que vieram da seleção olímpica e estão se afirmando. São fases, etapas, compreendem-se ou não alguns, compreendem-se ou não outros.

Avaliação Gabigol e Gabriel Jesus

– Jogamos hoje com 66h de intervalo, o que é difícil, como foi para a Colômbia também. A recuperação não tem fisiologicamente o atleta recuperado. Quando falo isso é o corpo e a mente que não conseguem responder ao seu estímulo. Mesmo assim fizeram jogo de alto nível. Alguns jogadores tiveram jogo melhor no outro jogo, outros hoje (domingo), faz parte do jogo, do contexto. Importante é ter equipe que possa ter alternativas. Não vai ter jogadores em grande momento e inspirados o tempo todo. Não vai. Por isso as substituições.

(Cleber Xavier) – Jesus e Barbosa entraram, tivemos oportunidades para Raphinha e Antony. Um campeão olímpico, outro que tem sido destaque na Premier League. Então, como a gente fala, nem todos às vezes conseguem estar no melhor momento. E hoje fizemos grande jogo, criamos oportunidades dentro da área da Colômbia e vamos valorizar. Hoje o desempenho foi muito acima do resultado na nossa visão.

100 jogos Thiago Silva

– (risos) Entrou um garoto na zaga. Se não de idade, de espírito. Com a referência importante de 100 jogos. Ele é um atleta emblemático que merece tanto respeito. Tradicionalmente, talvez humanamente a gente só reconheça mais com o tempo, né. É importante reconhecer agora toda trajetória e grandeza do Thiago. Entrar num jogo difícil de 100 jogos. Por isso estou brincando que é um garoto.

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Globo Esporte