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Sem Thaisa, Zé Roberto tem opções, mas pouco tempo para definir

Primeiro, o choque. Nos últimos meses, em meio a tantas incertezas por conta da pandemia do coronavírus, Thaisa se apresentava como um pilar de segurança rumo

Thaisa
Thaisa

Redação Publicado em 09/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 18h18


Cinco centrais se apresentam como alternativas para as quatro vagas na lista olímpica rumo a Tóquio. No vácuo da ausência da veterana, técnico terá de decidir entre diferentes valores

Primeiro, o choque. Nos últimos meses, em meio a tantas incertezas por conta da pandemia do coronavírus, Thaisa se apresentava como um pilar de segurança rumo às Olimpíadas. Melhor jogadora em atividade no país, a central do Minas alimentou esperanças de um novo pódio em Tóquio a cada vez que entrou em quadra na Superliga. Mas, ao se antecipar e dizer não ao chamado de José Roberto Guimarães, a pouco mais de 100 dias dos Jogos, Thaisa deixa um lastro de dúvidas. No vácuo de sua ausência, a seleção tenta encontrar um caminho à parte. E, assim, se reinventar diante do adeus à última remanescente do bicampeonato olímpico.

É importante dizer: por estar no topo, à altura das melhores do mundo, Thaisa deixa um espaço difícil de ser ocupado. Até o anúncio de que não jogaria mais pela seleção, as apostas sempre foram sobre quem faria companhia à veterana no meio de rede em Tóquio. Agora, a busca vai além. E Zé Roberto, que já sentira a ausência de Fabiana, grávida do primeiro filho, tem pouco tempo para reajustar seus planos.

– Se tivesse tempo, talvez fizesse mais experiências. Mas, nesse momento, acho válido valorizar esse tempo para dar confiança e entrosar o time – acredita o comentarista Marco Freitas.

Central Carol Gattaz, do Minas, ergue o troféu da Superliga 2020/2021 — Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

Central Carol Gattaz, do Minas, ergue o troféu da Superliga 2020/2021 — Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

Há, claro, algumas apostas óbvias para as prováveis quatro vagas na lista. E uma delas passa justamente ao lado de Thaisa no Minas. Carol Gattaz, aos 39 anos, vive seu auge. Motivada pelo sonho olímpico, fez uma temporada que a credencia a uma volta à seleção. A veterana, com tantas passagens pela equipe de Zé Roberto, nunca disputou os Jogos. Houve quem apostasse, inclusive, na manutenção da dupla titular do time mineiro no comando do meio de rede em Tóquio. Agora, diante da bagunça dos fatos, Carol nunca esteve tão perto de uma Olimpíada.

– Carol tem uma vantagem enorme com a ausência da Fabiana e da Thaisa. Porque ela tem três valores fundamentais. Liderança, experiência e o entrosamento com a Macris. Zé Roberto, claro, vai precisar fazer alguns ajustes, a Carol não pode treinar a mesma coisa. Mas vale muito a pena – afirma Marco Freitas.

Carol, do Praia Clube, também aparece como uma das favoritas a uma das quatro vagas. Apesar da derrota para o Minas, fez uma reta final de Superliga à altura do que sempre se esperou da central. Decisiva, foi perfeita contra o Osasco, nas semifinais, mas acabou tendo preocupações mais defensivas na decisão. É outra com boas chances de aparecer na lista de Zé Roberto.

Foto Carol do Praia Clube para Webstories — Foto: CBV

Foto Carol do Praia Clube para Webstories — Foto: CBV

– Ela estava irregular, mas voltou, curiosamente, muito bem depois da Covid. Nas finais não foi tão bem utilizada, nas semifinais jogou muito bem. Talvez uma preocupação muito grande com a Thaisa, não sei o que aconteceu. Carol tem um valor agregador muito importante: o saque. De todas as centrais, é a que melhor saca.

A lista de apostas para as quatro vagas tem mais três nomes. E todos já estão em Saquarema. Adenízia, campeã olímpica, do Sesi-Bauru, e Bia e Mayany, do Osasco, foram chamadas na primeira lista de Zé Roberto. As duas primeiras com boas passagens pela seleção. A última, uma das maiores apostas para a posição no futuro.

– A Mayany fez uma Superliga mais do que satisfatória, já está no nível delas e é a que tem mais lastro de evolução. Se fosse uma disputa por três vagas, talvez fosse ruim, mas pode ter a chance já de olho no futuro. A Adenízia, em uma competição de tiro curto, como as Olimpíadas, pode mudar um jogo ruim, uma partida que a seleção não esteja bem. Nenhuma das outras tem tanta capacidade de mudar a energia do jogo. E a Bia, se estiver fisicamente bem, é a mais regular, com bom desempenho em todos os fundamentos – afirma.

Adenízia ataca diante do bloqueio de Carol Gattaz — Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

Adenízia ataca diante do bloqueio de Carol Gattaz — Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

A seleção terá um grande teste antes das Olimpíadas: a disputa da Liga das Nações, entre 25 de maio e 20 de junho, em Rimini, na Itália. Lá, Zé Roberto poderá tirar suas dúvidas e buscar o melhor conjunto possível diante da ausência de Thaisa. Marco Freitas, no entanto, dá o caminho que o treinador deverá seguir.

– Zé tem reforçado que está buscando valores que agreguem, uma versatilidade maior. Principalmente em uma lista com 12 convocados. Então, quem mais agregar valor leva vantagem.

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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