Antônio Morena Tavares Filho, de 70 anos, foi internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Mary Dota, na sexta-feira (28). Depois de sofrer uma
Redação Publicado em 02/08/2017, às 00h00 - Atualizado às 08h48
Antônio Morena Tavares Filho, de 70 anos, foi internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Mary Dota, na sexta-feira (28). Depois de sofrer uma parada cardíaca, precisou ser levado para a UPA do Jardim Bela Vista. Porém, acabou morrendo após esperar 96 horas pela transferência para a UTI do Hospital Estadual.
“Pela falta de estrutura, pelo descaso, meu pai acabou morrendo. Pode até ser que ele viesse mesmo a falecer, mas não foi dado a ele o direito de ser tratado da maneira adequada” disse Rodrigo Morena Araújo, filho de vítima.
A tão esperada transferência para uma UTI não aconteceu nem mesmo diante de uma ordem judicial neste sentido. Rodrigo Morena explica que o pedido de transferência foi feito pelo médico plantonista logo no dia da internação. Por causa da gravidade, a Defensoria Pública também pediu a internação, sem sucesso, via ordem judicial.
O caso aconteceu um dia antes de o governador Geraldo Alckmin (PSDB) oficializar a criação da Faculdade de Medicina na USP em Bauru, nesta terça-feira (1º) que dará à cidade mais leitos com a instalação de um Hospital das Clínicas vinculado à faculdade.
Situação semelhante enfrenta Pedro Vitoldo Andreassi, que obteve três liminares da Defensoria Pública a favor da transferência de seu pai, Domingos Vitoldo Andreassi, de 68 anos, que está internado desde a quinta-feira da semana passada na UPA do Mary dota.
Numa das liminares, por causa da demora no cumprimento da ordem judicial, a Defensoria Pública pede a prisão dos responsáveis, no caso, o diretor do Departamento Regional de Saúde (DRS).
“Vou esperar meu pai morrer? Já tem três pedidos da Defensoria e até agora nada. Por isso decretaram a prisão do defensor. Mas como hoje [terça, dia 1º] é feriado na cidade, nada foi feito até agora”, reclama Pedro Vitoldo.
Segunda a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), dezenas de pacientes aguardam tanto leitos de internação como vagas para UTI em hospitais públicos da região e que esse número de pedidos tem aumentado frequentemente por causa da falta de vagas.
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde informou que o paciente que morreu não foi transferido para o Hospital Estadual porque o quadro dele era extremamente grave e as transferências só podem ocorrer se o quadro clínico é estável. Depois que a reportagem da TV TEM esteve na UPA do Mary Dota, o paciente Domingos Vitoldo Andreassi foi transferido para a UTI do Hospital de Base.
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