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Otan oferece negociações com Rússia para evitar risco de conflito

A Otan disse nesta quarta-feira (12) que está disposta a conversar com a Rússia sobre controle de armas e implantação de mísseis, mas não permitirá que Moscou

Otan oferece negociações com Rússia para evitar risco de conflito
Otan oferece negociações com Rússia para evitar risco de conflito

Redação Publicado em 12/01/2022, às 00h00 - Atualizado às 19h09


Aliança atendeu a uma fração das demandas apresentadas pela Rússia

A Otan disse nesta quarta-feira (12) que está disposta a conversar com a Rússia sobre controle de armas e implantação de mísseis, mas não permitirá que Moscou vete a ambição da Ucrânia de se juntar à aliança, alertando para um risco real de uma nova guerra na Europa.Otan oferece negociações com Rússia para evitar risco de conflitoOtan oferece negociações com Rússia para evitar risco de conflito

A oferta do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, atendeu apenas a uma fração das amplas demandas apresentadas pela Rússia, que levou o Ocidente à mesa de negociações ao reunir cerca de 100 mil soldados perto da fronteira com a Ucrânia.

Stoltenberg disse após quatro horas de conversas entre embaixadores da aliança e uma delegação russa em Bruxelas que a Otan não deixaria Moscou ditar arranjos de segurança para outros países e criar perigosas esferas de influência.

“Existe um risco real de novos conflitos armados na Europa”, disse Stoltenberg em entrevista coletiva.

“Existem diferenças significativas entre os aliados da Otan e a Rússia”, disse ele. “Nossas diferenças não serão fáceis de superar, mas é um sinal positivo que todos os aliados da Otan e a Rússia se sentaram em torno da mesma mesa e se engajaram em tópicos substantivos.”

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, disse que Moscou está pronta para falar sobre armas e medidas de verificação, mas não permitirá que suas propostas sejam escolhidas a dedo.

“Vulnerabilidades”

Em uma longa entrevista coletiva, Grushko afirmou que a Rússia não pode levar a sério a afirmação da Otan de ser uma aliança defensiva que não representa ameaça a ela e disse que responderia simetricamente a qualquer tentativa de contê-la ou intimidá-la.

“Se houver uma busca por vulnerabilidades no sistema de defesa russo, também haverá uma busca por vulnerabilidades na Otan”, declarou ele. “Esta não é nossa escolha, mas não haverá outro caminho se não conseguirmos reverter o atual curso muito perigoso dos eventos.”

Grushko disse mais tarde que Moscou usaria meios militares para neutralizar ameaças à segurança se a diplomacia se mostrasse insuficiente.

De acordo com a agência de notícias Interfax, o vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin, afirmou que o fato de a Otan “ignorar” as propostas de segurança russas criou o risco de “incidentes e conflitos”.

A Rússia nega planejar invadir a Ucrânia, mas diz que precisa de uma série de garantias para sua própria segurança, incluindo a suspensão de qualquer expansão da Otan e a retirada das forças da aliança das nações da Europa Central e Oriental que se juntaram a ela após a Guerra Fria.

A vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, que liderou a delegação dos EUA nas negociações com a Rússia em Genebra na segunda-feira, disse que era difícil entender por que uma Rússia com armas nucleares se sentiu ameaçada por seu vizinho muito menor e estava realizando exercícios de tiro real perto de sua fronteira.

“Do que se trata? Trata-se de invasão? Trata-se de intimidação? Trata-se de tentar ser subversivo? Não sei, mas não conduz a soluções diplomáticas”, disse ela.

A Rússia não se comprometeu a diminuir a escalada, disse ela, mas também não disse que não o faria.

Stoltenberg disse que qualquer uso da força russa contra a Ucrânia seria um grave erro político pelo qual a Rússia pagaria um alto preço.

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Agencia Brasil

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