Embora a higienização das mãos tenha ganhado a atenção das populações em todo o mundo com a pandemia de covid-19, essa atitude básica de higiene já era há
Redação Publicado em 03/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h37
Embora a higienização das mãos tenha ganhado a atenção das populações em todo o mundo com a pandemia de covid-19, essa atitude básica de higiene já era há muito tempo incentivada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que instituiu 5 de maio como o Dia Mundial de Higienização das Mãos. A medida é considerada uma das mais eficazes para combater a doença.
A higienização das mãos ganhou força com a campanha divulgada pela mídia de que essa era uma das medidas para prevenir a covid-19. Só que a prática já era uma medida eficaz para várias outras doenças, dentro ou fora do hospital”, disse, em entrevista à Agência Brasil, a enfermeira Daniele Moço, da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN).
Dentro do ambiente hospitalar, a comissão já fazia várias campanhas para a prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde, ensinando os profissionais a higienizar as mãos. “A gente fazia estudos e via que a adesão dos profissionais à higienização das mãos era baixa”, afirmou Daniele.
Na época do vírus H1N1, a higienização ganhou força porque foi divulgado que ele era transmitido por contato e gotícula, “igualzinho à covid-19”, comentou. A enfermeira do CHN de Niterói relatou que depois que as campanhas param, os cuidados diminuem, tanto por parte dos profissionais de saúde quanto da população.
Neste momento de pandemia, a higienização das mãos ganhou importância mundial. Por isso, a OMS vai dedicar a semana de 3 a 7 de maio à campanha para incentivar esse procedimento. “O que nós orientamos é que a pessoa entenda que não basta só passar o álcool na mão. Existe uma técnica para higienizar as mãos com álcool gel e água e sabão. Passar só o álcool na mão não é o suficiente. A pessoa tem que friccionar nos movimentos corretos indicados pela OMS”, disse Daniele Moço.
No ambiente hospitalar, há cinco oportunidades para a higienização das mãos recomendadas pela OMS: antes de tocar o paciente; antes de fazer qualquer técnica asséptica no paciente; após o risco de exposição a fluidos corporais ou excreções; após tocar o paciente; e após tocar superfícies próximas ao paciente. “Qualquer coisa no quarto do paciente tem risco de transmitir doença para ele ou para outros pacientes”, alertou Daniele. Essas práticas protegem o paciente, o profissional e a próximo pessoa que ele for atender.
Daniele reforçou que no hospital há várias bactérias multirresistentes. “Se você atender um paciente, sair dali sem higienizar as mãos e for atender outro, você leva aquela bactéria para ele. A gente chama de super bactérias, porque são muito resistentes a várias classes de antibióticos”. Caso o paciente seja infectado por uma delas, o antibiótico comum não funciona. Tem que ser antibióticos de classe mais agressiva, afirmou Daniele. Por meio das mãos, pode-se transmitir inúmeros tipos de enfermidades, como conjuntivite, escabiose (sarna), herpes simples, gripe e resfriado, ressaltou.
Ela advertiu ainda que tanto os profissionais de saúde têm que estar atentos a isso, quanto a população. “Principalmente agora, no momento pandêmico que estamos vivendo, a higienização das mãos é a oportunidade mais preventiva que a gente tem contra a covid-19. Usar a máscara e fazer a higienização das mãos em todas as oportunidades que a gente tiver”.
Fora do ambiente hospitalar, a pessoa deve higienizar as mãos antes e depois de tocar qualquer coisa. Além disso, a enfermeira alerta que levar à boca algum alimento ou objeto contaminado também pode ser perigoso. “É importante não só higienizar as mãos, como tudo que elas tocam”, lembrou.
Segundo a enfermeira, o álcool gel facilitou a vida das pessoas que estão na rua e nos transportes públicos, como o metrô, por exemplo, porque é o método mais fácil para se prevenir da covid-19. O procedimento correto de aplicação do álcool gel leva de 20 a 30 segundos, até o álcool secar. Já a técnica de higienização das mãos com água e sabão leva de 40 a 60 segundos. “Por isso, o álcool gel ganhou tanta força. É mais fácil para prevenir”.
No CHN, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar vai promover campanha de desinfecção durante a próxima semana, ensinando ao grupo de profissionais a importância da higienização das mãos com álcool gel e com água e sabonete.
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Agência Brasil
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