O número de queimadas na região quase dobrou do ano passado para este ano. É um problema frequente e, além de piorar a qualidade do ar, o fogo destrói a
Redação Publicado em 28/08/2016, às 00h00 - Atualizado às 13h21
O número de queimadas na região quase dobrou do ano passado para este ano. É um problema frequente e, além de piorar a qualidade do ar, o fogo destrói a vegetação nativa, que leva anos para se formar, e é moradia de animais que vivem soltos na natureza. Só neste ano, o número de atendimentos a animais, que foram vítimas das queimadas, em um hospital veterinário de São José do Rio Preto (SP) aumentou em 40%.
Isso porque o número de incêndios em matas, florestas e unidades de conservação já é praticamente o dobro que no ano passado, no estado de São Paulo. De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, de 1º de janeiro a 15 de agosto foram registradas 2.045 queimadas, em todo o Estado, contra 1.061 incêndios em 2015.
As queimadas não prejudicam apenas as matas, ameaçam a fauna e muitos bichos morrem queimados. Os animais que conseguem escapar do fogo se arriscam para encontrar um abrigo seguro, mas no meio do caminho a rodovia também é uma ameaça.
Em um dos maiores hospitais veterinários do noroeste paulista há vários animais vítimas das queimadas ou de atropelamentos por causa dela. Caso de dois tamanduás-bandeira, que não conseguem mais andar porque foram atropelados. Um sofre com problemas neurológicos e o outro teve a cauda amputada.
Já um filhote de lobo-guará, espécie em extinção, foi encontrado em um canavial queimado. Ele teve fraturas e precisou passar por cirurgia. Enquanto um filhote de macaco-prego ainda nem consegue comer.
Ele foi atropelado em uma das rodovias da região noroeste e chegou ao hospital veterinário bem debilitado. “Ele não teve nenhuma fratura, mas sofreu escoriações, machucadinhos na cabeça, e está com olho um pouco inchado. Quando chegou, não conseguia se movimentar, levantar a cabeça, nem movimentar os membros. Já melhorou um pouco e consegue levantar a cabeça, mas ainda não consegue comer sozinho. Por isso, a gente faz uma alimentação forçada”, afirma.
O diretor do hospital veterinário, Halim Atique Netto, diz que depois de julho começa o período seco, em que há aumento de focos de queimadas e incêndios, o que geram mais ocorrências. “Há focos de incêndio tanto em reservas, como em canaviais e terrenos. Por isso, a perspectiva é que ainda ocorra um aumento maior, então, ainda estamos esperando um aumento de 50%”, diz.
O tenente da Polícia Ambiental, Emerson Mioransi, todo incêndio por si só já é criminoso. O que é permitido pela legislação são queimadas controladas, mas esse incêndio em vegetação nativa, beiras de rodovias e pontos de apoio são criminosos. “Se a pessoa que coloca fogo for identificada vai sofrer autuação ambiental e responder pelo crime.”
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