Alguns lutadores dizem que as encaradas antes das lutas são uma boa oportunidade de "tirar a temperatura" do adversário e ter uma ideia de como o combate vai
Redação Publicado em 14/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h42
Alguns lutadores dizem que as encaradas antes das lutas são uma boa oportunidade de “tirar a temperatura” do adversário e ter uma ideia de como o combate vai se desenrolar. O novo campeão peso-mosca do UFC, Brandon Moreno, acredita nisso. Após derrotar Deiveson Figueiredo no UFC 263 para conquistar o cinturão, no último sábado, ele contou que teve certeza da vitória dois dias antes, na encarada com o então campeão após a coletiva de imprensa de promoção do evento.
Na ocasião, o lutador brasileiro deu um leve empurrão no mexicano ao encará-lo. Moreno disse que entendeu que se tratava de um esforço do adversário para promover a luta, mas que ali sentiu que tinha algo com o “Deus da Guerra” que poderia aproveitar.
– Tenho muito respeito pelo Deiveson. Obviamente, ele tentou fazer algo especial, colocar mais olhos na luta, mas na verdade, quando ele me empurrou, sabia que venci a luta. Venci a luta ali. Minha confiança estava muito alta e ele parecia diferente. Ele não quis me olhar nos olhos, colocou os óculos escuros. Quando a luta começou, iniciei com um ritmo muito alto. Esta era a nossa estratégia – explicou Moreno em declarações dadas à assessoria de imprensa do UFC.
Qualquer inimizade e mau estar que poderiam ter sido gerados pelos posts de cunho racista e ofensivo feitos pelo treinador de jiu-jítsu de Moreno se dissiparam após o combate. Deiveson fez questão de reconhecer os méritos do novo campeão, inclusive o abraçando e o erguendo com o cinturão. O mexicano também fez questão de ressaltar seu apreço pelo adversário.
– Com certeza ela é uma pessoa muito boa. Ele tem família, tem uma esposa, que nem eu. Não tenho nenhuma animosidade por ele e ele foi muito respeitoso após a luta. Para mim, é isso que significa o esporte.
O “Bebê Assassino” demorou a cair em si que era o novo campeão peso-mosca do UFC. Ele ainda parecia incrédulo com a conquista, a primeira de um mexicano de nascença na história da companhia, e com a presença maciça de compatriotas na plateia para celebrar seu feito. Afinal, houve muitos momentos em que parecia que não chegaria, como quando foi dispensado pelo Ultimate em 2018. Ele retornou em 2019 e empatou sua primeira luta, antes de vencer três seguidas e receber o title shot.
– Mal posso acreditar. É um sonho tornado realidade mesmo. Trabalhei muito duro por este cinturão. Tenho 10 anos como profissional, 15 anos treinando todo santo dia… Este momento é muito especial, não só pra mim, mas pra todo meu povo, meu país, minha família, minha equipe… Estou aproveitando este momento, porque nunca se sabe o que acontece amanhã.
No UFC, contudo, todos querem logo saber o que vem em seguida. Deiveson já pediu por uma trilogia contra o novo campeão – os dois empataram a primeira luta, em dezembro passado – no segundo semestre. Vencedor de três lutas consecutivas, o russo Askar Askarov, segundo colocado do ranking dos moscas, também aguarda uma oportunidade. Mas depois de passar seis meses em preparação, Moreno não quer pensar em luta tão cedo.
– Este camp de treinos foi muito longo, porque não me preparei apenas tecnicamente, mas também mentalmente. Seis meses. Foi loucura. Certamente preciso descansar, porque minha saúde mental está em jogo. Preciso descansar um pouco, mas quero lutar mais uma vez este ano. Veremos. Estou muito feliz agora – concluiu.
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Fontes: Ge – Globo Esporte.
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