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Mãe de estudante morto a tiros durante ataque em escola de Goiânia diz estar ‘despedaçada’

A mãe do estudante João Pedro Calembo, de 13 anos, Barbara Melo, publicou em redes sociais que está “despedaçada” após a morte do garoto durante tiros em

Mãe de estudante morto a tiros durante ataque em escola de Goiânia diz estar ‘despedaçada’
Mãe de estudante morto a tiros durante ataque em escola de Goiânia diz estar ‘despedaçada’

Redação Publicado em 22/10/2017, às 00h00 - Atualizado às 14h32


A mãe do estudante João Pedro Calembo, de 13 anos, Barbara Melo, publicou em redes sociais que está “despedaçada” após a morte do garoto durante tiros em colégio de Goiânia. Na publicação, ela pede ainda que “não julgue nosso filho”. Além do garoto, João Vitor Gomes, 13, também morreu durante o ataque e quatro colegas ficaram feridos. Um já recebeu alta de hospital e os demais seguem internados.

No texto, a mãe diz que não consegue entender a morte do filho, mas busca aceitar a perda. “. Não entendo, nunca vou entender. Não quero buscar explicações. O Senhor apenas me emprestou o João Pedro pelos melhores 13 anos da minha vida. Não julgue o nosso filho, a nossa família pelas notícias que você tem lido. Nós e a escola sabemos que não foi assim”.

Em outra rede social, a mãe do menino recebeu várias mensagens de apoio de amigos, parentes e até pessoas que não a conhecem. Todo lamentaram a morte do adolescente e desejaram força a ela e sua família.

Pessoas lamentam morte de João Pedro Calembo no perfil da mãe dele (Foto: Reprodução/Facebook)

Pessoas lamentam morte de João Pedro Calembo no perfil da mãe dele (Foto: Reprodução/Facebook)

O professor Flávio Roberto de Castro, presidente do Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiás (Sepe), informou que as atividades no Colégio Goyases, onde ocorreu a tragédia, ainda não têm data para serem retomadas. Ele ressaltou ainda que a escola vai fazer uma reunião com a comunidade para preparar os alunos e as famílias para o retorno às aulas.

Tiros

O atentado aconteceu na manhã de sexta-feira (20) em uma sala de aula do 8º ano do Colégio Goyases, no Conjunto Riviera, em Goiânia. O autor, que é filho de policiais militares, levou a pistola .40 da mãe para a escola e efetuou 13 disparos na sala de aula. João Vitor e João Paulo morreram no local e foram enterrados neste sábado (21) em cemitérios diferentes da capital.

O primeiro a ser enterrado foi João Pedro. O sepultamento ocorreu às 10h45 no cemitério Parque Memorial. Durante a cerimônia, a família fez orações e, por volta 9h, celebrou um culto em homenagem ao adolescente. O pai do garoto disse que perdoa o atirador. “Eu espero que toda a sociedade e os pais dele e os outros pais o perdoem. Temos que perdoá-lo”, disse, emocionado.

Já o corpo de João Vitor foi enterrado no Cemitério Jardim das Palmeiras, por volta das 11h20. Segundo colegas da vítima, ele e o atirador eram amigos e andavam juntos com frequência.

João Pedro Calembo (à esquerda) e João Vitor Gomes foram mortos a tiros durante ataque em escola colégio de Goiânia Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

João Pedro Calembo (à esquerda) e João Vitor Gomes foram mortos a tiros durante ataque em escola colégio de Goiânia Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Feridos

Quatro estudantes ficaram feridos durante o atentado. Um deles, Hyago Marques, de 13 anos, recebeu alta do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) neste domingo (22). Antes de ser liberado, o pai do garoto, Thiago Barbosa Gomes, fez um vídeo do filho em que ele dizia estar bem até para “jogar bola”.

Além dele, três estudantes do 8º ano também ficaram feridas. No Hugo, ainda estão internadas Isadora de Morais, 14, e Marcela Rocha Macedo, 13. No entanto, a assessoria de imprensa da unidade de saúde informou não irá mais divulgar informações sobre elas a pedido dos familiares.

Estudante baleado em colégio conta que se recupera em hospital de Goiânia

Estudante baleado em colégio conta que se recupera em hospital de Goiânia

O G1 conseguiu contato, no sábado (21), com um parente de Isadora, que levou um tiro no tórax que perfurou o pulmão e já foi operada. A pessoa, que preferiu não se identificar, havia dito que ela segue com estado grave, mas “em melhora e estabilizando”.

Já Marcela, segundo o boletim divulgado às 10h de sábado, tem quadro regular e respira espontaneamente. Ela foi transferida para a UTI para melhor observação.

A única que não está internada no Hugo é Lara Fleury Borges, de 14 anos, que, até sábado, estava se recuperando em um apartamento do Hospital dos Acidentados. De acordo com a unidade de saúde, ela foi operada para reconstruir o osso do antebraço, onde foi baleada. O quadro dela é considerado bom.

Bullying

O coronel da Polícia Militar Anésio Barbosa da Cruz informou que o autor dos disparos era alvo de chacotas de colegas. “Ele estaria sofrendo bullying, se revoltou contra isso, pegou a arma em casa e efetuou os disparos”, disse.

Um aluno de 15 anos, que estava na sala no momento do tiroteio, também contou que o adolescente era vítima de piadas maldosas.

Pistola .40 usada por estudante de 14 anos que atirou em colegas no Colégio Goyases (Foto: Danila Bernares/TV Anhanguera)

Pistola .40 usada por estudante de 14 anos que atirou em colegas no Colégio Goyases (Foto: Danila Bernares/TV Anhanguera)

O menor está apreendido apreendido na Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai). A Justiça acatou pedido do MP e determinou a internação provisória dele por 45 dias.

O pai do autor dos disparos, que é major da Polícia Militar, contou ao porta-voz da corporação, tenente-coronel Marcelo Granja, que ainda está profundamente abalado com o que aconteceu.

O assessor informou que tanto o major quando a esposa, que também é policial e dona da arma usada pelo adolescente, serão ouvidos pela Corregedoria da PM. A oitiva deve ocorrer na próxima semana, mas ainda não há data definida.

O que se sabe até agora:

Veja a sequência dos fatos:

  • Colegas relatam que ouviram um barulho
  • Em seguida, os alunos viram o adolescente tirando a arma da mochila e atirando
  • Alunos correram para fora da sala de aula
  • O aluno descarregou um cartucho, carregou o segundo e deu um tiro, mas foi convencido pela coordenadora a travar a arma
  • Estudante foi levado para a biblioteca até a chegada dos policiais
 (Foto: Editoria de Arte/G1)

(Foto: Editoria de Arte/G1)

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