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Homem de 49 anos é o mais jovem morto por coronavírus em SP

O manobrista Antonio Brito dos Santos, de 49 anos, é o paciente mais jovem a morrer vítima de coronavírus no estado de São Paulo. Ele morava no Limão, na Zona

Homem de 49 anos é o mais jovem morto por coronavírus em SP
Homem de 49 anos é o mais jovem morto por coronavírus em SP

Redação Publicado em 21/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 21h14


Antonio Santos tinha tuberculose e morreu 5 dias após ter febre pela primeira vez. Médica que o atendeu em AMA chegou a descartar Covid-19 e o mandou para casa, diz família.

O manobrista Antonio Brito dos Santos, de 49 anos, é o paciente mais jovem a morrer vítima de coronavírus no estado de São Paulo. Ele morava no Limão, na Zona Norte da capital paulista, e já tinha feito tratamento para tuberculose, uma doença que afeta os pulmões.

A família recebeu a confirmação do resultado positivo para a doença na manhã deste sábado (21), por telefone.

Também neste sábado, o governo estadual confirmou a 15ª morte da doença e o número de infectados confirmados subiu para 459 no estado. A propagação rápida do novo vírus levou o governador, João Doria, a decretar quarentena forçada em todos os municípios até 7 de abril: o comércio terá que obrigatoriamente fechar, com exceção de farmácias, hospitais, pet shops, supermercados e serviços essenciais, como segurança.

Ao SP2, da TV Globo, Ricardo Brito dos Santos, que é filho do manobrista de 49 anos que morreu vítima de coronavírus, lembrou que o pai foi enterrado na quinta-feira (19) e que a família está preocupada com o que aconteceu, por ter convivido com Antonio Santos nos últimos dias desconhecendo que ele possuía o vírus.

“Eles ligaram hoje (sábado) confirmado que meu pai tinha dado positivo (para o coronavírus). Falaram para a gente fazer quarentena”, afirmou Ricardo.
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Febre foi tratada em casa

Os primeiros sintomas apareceram na quarta-feira, dia 11, segundo a família, quando o manobrista teve uma febre leve, que tratou com dipirona em casa.

Na quinta-feira (12) e na sexta (13), ele foi trabalhar como manobrista em um estacionamento na região Central da cidade. Já no sábado (14), ele foi para a Assistência Médico Ambulatorial (AMA) da Vila Barbosa, localizado no Limão, na Zona Norte de São Paulo.

“Ele chegou lá ele fez um raio-x, foi diagnosticado como pneumonia, passou em uma médica que passou alguns remédios pra ele fazer o tratamento em casa e foi liberado. Então, a médica chegou até a descartar o coronavírus”, relembra o filho.

Na segunda-feira (16), Antonio acordou com muita falta de ar e voltou para a AMA. De lá, foi transferido para o Hospital Vila Nova Cachoeirinha. Na unidade, os médicos cogitaram mandá-lo para o Hospital das Clínicas, localizado no Centro da capital, mas desistiram.

“Minha mãe conseguiu a informação que ele estavam preparando um andar para o caso do meu pai, e para outros casos que poderia vir durante a semana”, disse o filho.

Na segunda-feira (16), cinco dias depois de sentir febre pela primeira vez, Antonio morreu.

A família calcula que 9 pessoas próximas tiveram acesso ao manobrista dentro de casa, além dos colegas de trabalho, desde que os primeiros sintomas receberam. Dizem, ainda, que não receberam, durante todo o período de tratamento, nenhuma recomendação para evitarem contato devido ao risco

“A única coisa que a gente foi orientado é que é para gente tomar cuidado, porque ele tinha forte suspeita, mas nenhum momento a gente foi chamado pra fazer chamado pra fazer teste de coronavírus, ou orientação de quarentena, coisa que a gente fez por conta própria, entendeu”, disse o filho.

Em nota, o Hospital Vila Nova Cachoeirinha disse que mantém 14 leitos de isolamento para assistir casos de Covid-19, inclusive 5 de UTI.

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