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Haddad muda plano de governo e critica o adversário por suposto esquema de divulgação de notícias contra o PT

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, teve vários compromissos nesta quinta-feira (18), em São Paulo, entregou ao Tribunal Superior Eleitoral uma

Haddad muda plano de governo e critica o adversário por suposto esquema de divulgação de notícias contra o PT
Haddad muda plano de governo e critica o adversário por suposto esquema de divulgação de notícias contra o PT

Redação Publicado em 19/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h01


Candidato do PT à Presidência cumpriu agenda em SP nesta quinta-feira (18) e recebeu um manifesto assinado por 1,5 mil pessoas pedindo a continuidade do regime democrático.

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, teve vários compromissos nesta quinta-feira (18), em São Paulo, entregou ao Tribunal Superior Eleitoral uma nova versão do programa de governo – que exclui a proposta de uma nova constituinte – e criticou o adversário, Jair Bolsonaro (PSL).

O PT entrou na Justiça pedindo a inelegibilidade de Bolsonaro por suposto esquema de divulgação de notícias contra o PT nas mídias sociais.

Pela manhã, Fernando Haddad, deu uma entrevista para a rádio Tupi do Rio de Janeiro e falou sobre geração de emprego.

“Nós já temos um plano emergencial de emprego estabelecido, retomada de obra, tem muita obra parada no Rio. Nós vamos retomar para gerar empregos, inclusive investimentos da Petrobras no polo naval do Rio de Janeiro, eu tenho ido ao Rio de Janeiro e visto com tristeza todos os estaleiros fechados. Retomar Minha Casa, Minha Vida que gera muito emprego, baixar imposto de que quem ganha pouco, vamos zerar o Imposto de Renda de quem ganha até cinco salários mínimos e vamos baixar os juros bancários”, afirmou.

Ainda pela manhã, o candidato do PT teve um encontro com advogados e juristas num hotel de São Paulo. Eles entregaram um manifesto com mais de 1.500 assinaturas pedindo a continuidade do regime democrático.

“Quem lutou pela democracia no Brasil foram os juristas democráticos. Goste-se ou não das acardas da PUC, a gente sabe que foram nessas instituições que várias piras foram acesas em nome da liberdade. Várias”, afirmou.

Fernando Haddad entregou na terça-feira ao TSE uma nova versão do programa de governo. É a terceira desde o pedido de registro da candidatura do PT, ainda com o nome do ex-presidente Lula.

A versão anterior propunha uma nova assembleia constituinte. Isso foi retirado. Também houve mudança no item sobre o Supremo e outros tribunais superiores. Antes, o programa defendia instituir tempo de mandato para os juízes Agora, fala só em debater o tema.

Onde antes eram citadas “políticas de promoção da orientação sexual e identidade de gênero”, agora aparecem “políticas de combate à discriminação em função da orientação sexual e identidade de gênero”. Por fim, houve alteração no trecho sobre a política para as drogas. A versão anterior pregava a necessidade de olhar para experiências internacionais que colhem resultados positivos com a descriminalização e a regulação do comércio. A atual apenas cita experiências internacionais, sem usar a palavra descriminalização.

O PT entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo a inelegibilidade de Bolsonaro em decorrência de suposto esquema de divulgação de notícias contra o partido, que teria sido pago por empresários.

Os advogados do PT entendem que houve abuso de poder econômico e uso indevido do WhatsApp. O partido se baseou em reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, publicada nesta quinta-feira, segundo a qual empresários pagaram pelo impulsionamento em massa de mensagens contra o PT e preparam uma grande operação para a reta final do segundo turno.

“Por meio de caixa dois eles resolveram financiar uma campanha de difamação, de inverdades a meu respeito. O fato é que estamos diante de uma tentativa de fraude eleitoral. E eu fico perplexo de ver que o pressuposto dessa campanha foi liquidar a eleição no primeiro turno para que as notícias de hoje não viessem à tona”, declarou Fernando Haddad.

O candidato também se reuniu com organizações de defesa dos animais, que pediram a criação de uma secretaria nacional para combater os maus tratos aos bichos. Haddad disse que é simpático à ideia.

Depois, o candidato do PT se reuniu com um grupo de intelectuais. Em uma carta, eles pediram que Haddad convide adversários do primeiro turno – comprometidos com a democracia – como Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, João Amoêdo e Marina Silva – para formar uma coligação eleitoral e, em caso de vitória, um governo de coalizão.

Haddad respondeu que está em contato com personalidades para ocupar cargos públicos, se ganhar a eleição. Disse que está aberto à ideia de um governo de unidade nacional, comprometido com mais liberdade, democracia e justiça social.

“É um pacto pela governabilidade, um pacto pela democracia, um pacto para levar mais direitos para as pessoas e é um pacto, e esse eu faço questao de frisar, por um governo amplo, um governo que realmente responda a nacionalidade do país, isolando essas forças retrogradas que ameaçam hoje o estado democrático de direito, o estado social que nós a duríssimas penas conseguimos concretizar de alguma maneira”, afirmou Haddad.

O que diz o PSL

O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, declarou que a campanha de Jair Bolsonaro nunca contratou empresas para fazer qualquer tipo de impulsionamento de publicações em redes sociais Bebianno disse que o crescimento nas redes sociais é orgânico porque, segundo ele, Bolsonaro tem um diálogo direto e verdadeiro com a população.

Bebianno disse, ainda, que todas as doações, tanto para a campanha quanto para o partido, foram de acordo com a legislação.

O presidente do PSL classificou as declarações de Fernando Haddad como “um sinal claro de profundo desespero de quem vai perder a eleição”. E disse que Haddad certamente será processado.

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