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‘Gosto de assustar’, diz dono da Casa do Bruxo em Santo André, no ABC; local chama atenção por ter bonecos pendurados na fachada

Perto de um cemitério, na Vila Pires, em Santo André, no ABC, uma fachada chama a atenção de quem passa pelo local. Repleta de bonecos, a casa de José Carlos

‘Gosto de assustar’, diz dono da Casa do Bruxo em Santo André, no ABC; local chama atenção por ter bonecos pendurados na fachada
‘Gosto de assustar’, diz dono da Casa do Bruxo em Santo André, no ABC; local chama atenção por ter bonecos pendurados na fachada

Redação Publicado em 31/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 18h49


Bonecos começaram a ser colocados na casa há cerca de 8 anos. José Carlos dos Santos, o Bruxo de Santo André, conta que iniciou a coleção após ganhar um boneco de pelúcia gigante do Shrek e que sonha ter um Chucky para completar a coleção.

Perto de um cemitério, na Vila Pires, em Santo André, no ABC, uma fachada chama a atenção de quem passa pelo local. Repleta de bonecos, a casa de José Carlos dos Santos, de 58 anos, ficou conhecida como “Casa do Bruxo” e, nas redes sociais, tem quem acredite que o local seja mal-assombrado.

“Eu nem as bonecas quero lavar, gosto do jeito que está, para dar ainda mais medo. O pessoal gosta de brincar, dizer que essa é a casa do bruxo, com fantasma, com espíritos, e eu gosto de assustar”, afirma Carlos.

Casa das bonecas no ABC — Foto: Fábio Tito/ g1

Casa das bonecas no ABC — Foto: Fábio Tito/ g1

José Carlos já foi chamado de Ovelha, em referência ao cantor e por ser fã de rock clássico, e de Carlão, mas o apelido que pegou na vizinhança foi Bruxo, por causa da casa.

Os bonecos começaram a ser pendurados há cerca de 8 anos. Ele conta que iniciou a coleção após ganhar um urso de pelúcia gigante do Shrek. “Ganhei de um amigo em um bar para o meu filho, dei o boneco para o menino, ele não gostou e a minha esposa ficou com medo. Para deixar longe dela, pendurei o Shrek no segundo andar da casa.”

O Shrek é um dos brinquedos que mais chamam atenção no espaço. Além de ser enorme, ele foi vestido com as roupas do sogro de Carlos, que já faleceu.

A estimativa é a de que estão pendurados no local cerca de 300 bonecos, mas dentro da casa tem mais brinquedos espalhados. Todos foram encontrados no lixo, alguns são doações deixadas na frente da casa.

Cerca de 300 bonecas estão penduradas no local.  — Foto: Fábio Tito/ g1

Cerca de 300 bonecas estão penduradas no local. — Foto: Fábio Tito/ g1

Carlos conta que muitas pessoas realmente acreditam que o lugar tem fantasmas por causa dos brinquedos e até evitam passar pela mesma calçada da casa, mas ele se diverte com o estigma.

“Não ligo muito das pessoas pensarem que a casa é mal-assombrada, gosto até de reforçar isso. Tem gente que até se benze quando passa aqui na frente. Geralmente, quando uma pessoa passa olhando, eu saio na janela para assustar. De madrugada costumo ficar batendo no portão para as pessoas acharem que são as bonecas fazendo barulho.”

Carlos diz também que escuta barulhos na casa durante a noite. “Sempre ouço barulhos, principalmente durante a noite, de coisas batendo, o rádio ligando sozinho. Já ouvi muitas coisas estranhas, mas não tenho medo.”

Quem não gosta muita da ideia é a esposa, que tem medo de bonecos, mas ainda assim permite que o marido mantenha a coleção.

A ideia de colecionar bonecos é nova, começou com reciclagem. “Me interessei quando vi a quantidade de brinquedos bons que as pessoas jogam fora.” Carlos ganha dinheiro e sustenta a família, a esposa e um filho de 8 anos, revendendo coisas antigas e usadas, como discos de vinil e móveis antigos, e reciclagem.

Antigamente, quando o sogro de Carlos ainda era vivo, a casa que tem cerca de 16 cômodos, era alugada. Após a morte do sogro, a família deixou de receber inquilinos.

A Casa do Bruxo

É impossível passar pela Rua Paula Nei e não reparar na casa: além dos bonecos pendurados, toda a parede foi pintada com desenhos feitos pelo próprio Carlos. Enquanto o g1 esteve no local, todos os carros que passavam pela rua desaceleravam para olhar.

“Muita gente passa por aqui. Tem um pai que sempre vem com o filho para tentar assustar a criança, dizendo que aqui mora um bruxo, disso não gosto muito, acho ruim que traumatiza o menino. Uma outra vez um casal passou, e a mulher ficou olhando, nisso eu apareci na janela e gritei: ‘Vem aqui, meu amor, ela até gritou de medo enquanto o marido ria”.

Ele conta que nunca teve reclamações com vizinhos sobre a estética do local, mas a Prefeitura de Santo André já pediu que ele retirasse os bonecos do local para não atrair insetos.

“Não quero tirar, não vendo para ninguém. Minhas bonecas só vão sair daqui quando eu morrer. Quando isso acontecer, minha esposa pode fazer o que bem entender. Isso aqui é meu, só vai sair daqui quando eu morrer”, afirma Carlos.

Tem tudo, menos o Chucky

O Shrek foi o primeiro boneco da coleção de Carlos. — Foto: Fábio Tito/ g1

O Shrek foi o primeiro boneco da coleção de Carlos. — Foto: Fábio Tito/ g1

Carlos tem bonecos de todos os tipos: dos que falam, de pelúcia, Barbies e até dois Louros José que perderam a cor. Só falta um item para a coleção: o Chucky.

O boneco assassino do cinema é um dos grandes sonhos do Bruxo de Santo André, ele até já chegou a procurar no lixo, mas não achou e não tem condições de comprar um novo. Em média, um boneco novo do Chucky custa a partir de R$ 200.

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G1
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