A Polícia Ambiental do Estado de São Paulo apreendeu no primeiro trimestre deste ano 4,67 mil metros cúbicos de madeira ilegal em todo o estado. Esse número,
Redação Publicado em 25/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h55
A Polícia Ambiental do Estado de São Paulo apreendeu no primeiro trimestre deste ano 4,67 mil metros cúbicos de madeira ilegal em todo o estado. Esse número, que equivale a 156 carretas carregadas, representa um aumento de 298% ante o volume apreendido no mesmo período de 2021 (1,17 mil metros cúbicos, equivalentes a 39 carretas cheias).
Segundo estimativa da Polícia Militar Ambiental, uma carreta carregada transporta, em média, 30 metros cúbicos de madeira, e o aumento decorre de uma série de fatores operacionais. Entre eles, cita o acesso, a partir de meados de 2020, à base de dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Com isso, a polícia passou a verificar Documentos de Origem Florestal (DOF), o que permitiu melhorar o planejamento de suas fiscalizações.
Para o biólogo João Paulo Capobianco, vice-presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), o aumento das apreensões de madeira ilegal tem relação direta com o aumento do desmatamento na Amazônia e ao menor combate, naquela região, à atividade madeireira ilegal.
O desmatamento da Amazônia tem batido recordes sucessivos recentemente. Em abril, por exemplo, atingiu 778 km², o maior valor para um mês de abril registrado nos últimos dez anos, segundo monitoramento extraoficial do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
De acordo com o major Alessandro Daleck Moreira, subcomandante do 4° Batalhão de Polícia Militar ambiental, toda a madeira ilegal interceptada pela fiscalização é originada de estados da Amazônia Legal. As apreensões ocorrem nos chamados pátios madeireiros, áreas internas de fábricas de móveis ou lojas que comercializam madeira, por exemplo, e também em rodovias, por meio da vistoria de cargas.
Sediado na região noroeste do estado, o 4° Batalhão da PM Ambiental responde historicamente pela maior quantidade de madeira ilegal apreendida no estado em razão da sua localização. É pelas rodovias que cortam a região que entra a maior parte da madeira procedente da Amazônia, após atravessar Mato Grosso do Sul.
Madeira ilegal apreendida no estado de SP (entre janeiro e março)
Ano | Volume |
2020 | 1,17 mil m³ |
2021 | 4,67 mil m³ |
Fiscalizações realizadas (entre janeiro e março)
Ano | Quantidade |
2020 | 210 |
2021 | 275 |
Uma ação específica da PM Ambiental que contribuiu para o aumento das apreensões é a operação Pan-Amazônica. A iniciativa prevê a vistoria de caminhões em diferentes horários nas rotas de entrada de madeira ilegal nas regiões de fronteira com os estados de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Entre 10 e 12 de janeiro, por exemplo, essa operação apreendeu mais de 100 metros cúbicos de madeira ilegal após carretas serem interceptadas por bloqueios rodoviários.
De acordo com Capobianco, São Paulo é o principal destino da madeira produzida na região Norte. “Parte desse desmatamento gera madeira que é retirada de forma ilegal e é consumida principalmente no Brasil. Essa é uma informação que as pessoas normalmente não têm. Elas acreditam que a maior parte da madeira é exportada, mas não é verdade. Grande parte da madeira é consumida no próprio Brasil”, afirmou.
E emendou: “E, no Brasil, o estado que consome o maior volume de madeira originária da Amazônia é exatamente São Paulo, com índices que variam de 20 e 25% do total consumido no Brasil. Então, essa madeira chega em São Paulo por vários caminhos, e ela é distribuída numa rede bastante dispersa e capilarizada de lojas de material de construção, pequenas serrarias, pequenas marcenarias, pequenas oficinas que trabalham com madeira”.
Ainda segundo o especialista, “a maior parte dessa madeira, é usada na construção civil. Cerca de 70% de tudo o que chega em São Paulo é usado na construção civil e boa parte disso, usada na preparação, andaimes, escoras, formas de madeira para concreto, em vários usos desse tipo ou em telhados, ripas, caibros, ou seja, o volume maior dessa madeira vai para a construção civil e tb é extremamente capilarizada, nós temos aí uma atividade de construção espalhada pelo território, interior, capital, com pouquíssimo grau de fiscalização”.
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