O prêmio garantiu a premiação de 500 mil euros para a Universidade
Ana Rodrigues Publicado em 20/10/2023, às 09h14
Nesta última quarta-feira (18), em São Paulo, a equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), conquistou a premiação de 500 mil euros (cerca de R$2,6 milhões), como iniciativa destaque da segunda edição do Prêmio Euro Inovação na Saúde. O prêmio é organizado pela multinacional farmacêutica Eurofarma, que atua em mais de 20 países.
Segundo a CNN, o professor Frederico Garcia do Departamento de Psiquiatra da Faculdade de Medicina, coordenador da pesquisa, agradeceu à sociedade brasileira que apoiou a campanha.
Desenvolver ciência na América Latina não é fácil. A UFMG é, hoje, uma universidade que está fazendo a diferença. Só temos a agradecer o apoio da nossa reitora [Sandra Regina Goulart Almeida] e do nosso pró-reitor de Pesquisa [Fernando Reis]", celebrou.
Sendo mais votada por médicos de 17 países, a Calixcocasuperou outras 11 iniciativas inovadoras no campo da saúde desenvolvidas na América Latina, entre as quais, a SpiN-Tec, vacina também desenvolvidas na UFMG, contra a covid-19 que recebeu 50 mil euros por ter sido uma das vencedoras na categoria Inovação em terapias.
A Calixcoca é financiada atualmente pelos governos federal e de Minas Gerais, com verbas de emendas parlamentares, e sua continuidade depende de novos aportes de recursos. No final de agosto, a reitora Sandra Goulart Almeida e o professor Frederico Garcia apresentaram o projeto da vacina ao Ministro da Educação, Camilo Santana e solicitaram apoio governamental para dar prosseguimento aos testes.
Em julho, o secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, anunciou durante a visita da ministra Nísia Trindade à UFMG, o aporte de R$10 milhões no projeto. Em outra frente, a UFMG, por meio da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), empreendeu trabalho estratégico de proteção nacional e internacional da tecnologia e busca agora parceiros para licenciá-la.
Esse medicamento desenvolvido pelos pesquisadores mineiros induz o sistema imune a produzir anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea. A ligação transforma a droga em uma molécula grande, que não passa pela barreira hematoencefálica.
O projeto já passou por etapas pré-clínicas, que foram constatadas segurança e eficácia para tratamento da dependência de crack e cocaína e prevenção de consequências obstétricas e fetais da exposição às drogas durante a gravidez em animais.
Em seu discurso, o professor ressaltou o compromisso com os pacientes que sofrem com a dependência química.
Sabemos como é difícil ter uma pessoa dependente em casa, como é sofrido para um acometido pela dependência ter que lidar com a ambivalência de usar ou não droga e como é ainda mais difícil para uma gestante dependente proteger seu feto e lidar com a dor da abstinência. Temos a missão de cuidar dessas questões", finalizou.
Confira a publicação sobre a Vacina:
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