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São Bernardo vai adotar vacinas Pfizer e AstraZeneca para reforço em idosos; governo de SP não indica marca específica

A cidade de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, anunciou nesta quinta-feira (2) que vai usar vacinas da Pfizer e da AstraZeneca para a campanha de

São Bernardo vai adotar vacinas Pfizer e AstraZeneca para reforço em idosos; governo de SP não indica marca específica
São Bernardo vai adotar vacinas Pfizer e AstraZeneca para reforço em idosos; governo de SP não indica marca específica

Redação Publicado em 03/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h19


Cientistas criticaram governo de SP por não priorizar Pfizer para reforço em pessoas acima de 80 anos.

A cidade de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, anunciou nesta quinta-feira (2) que vai usar vacinas da Pfizer e da AstraZeneca para a campanha de reforço contra Covid-19 em idosos de 85 anos ou mais a partir deste sábado (4).

A vacinação deste grupo será feita em domicílio, seguindo os mesmos moldes da campanha inicial, quando as famílias de idosos acima de 85 anos foram contatadas pelas equipes de Saúde do município para agendamento das visitas.

O plano do município difere do estadual, anunciado pela gestão João Doria (PSDB) nesta quarta-feira (1º), em dois pontos: data e fabricante dos imunizantes.

Segundo o plano estadual, a vacinação de reforço começa apenas na segunda-feira (6) e para idosos com mais de 90 anos. Além disso, a orientação estadual é para que sejam aplicadas doses de todos os fabricantes – a vacina deve ser a “que tiver disponível no posto de saúde no momento”.

O G1 questionou a Secretaria da Saúde do estado de São Paulo sobre a adoção de vacinas específicas em municípios da Grande São Paulo, em discordância da orientação do plano estadual. Em nota, a secretaria afirmou que “os municípios são orientados com relação aos critérios para vacinação e têm autonomia para a execução em seus territórios”.

“Todos os imunizantes em uso na rede pública de saúde são seguros e eficazes e podem ser usados para as estratégias definidas pelo PEI (Plano Estadual de Imunização). A adoção de todos os imunizantes para uso no estado foi avaliada e aprovada pelo Comitê Científico”, diz ainda o texto.

A decisão do estado de SP de não escolher o imunizante para a vacinação com a dose de reforço contra a Covid-19, em desacordo com a orientação do Ministério da Saúde, provocou críticas de cientistas à gestão João Doria.

O Ministério da Saúde recomendou a dose de reforço para pessoas com mais de 70 anos e imunossuprimidos, e determinou que a imunização deverá ser feita, preferencialmente, com uma dose da Pfizer.

Cientistas que estudam a pandemia destacaram estudos que mostram maior proteção para idosos com uma dose de reforço da Pfizer, como estipulado pelo governo federal.

Eles afirmam que a CoronaVac tem bons resultados para evitar a forma grave da doença, mas que não deveria ser a primeira opção para a dose de reforço.

“Infelizmente nós não temos o dado se isso realmente vai conferir proteção pra essa população. Ao passo que vacina Pfizer, a gente tem muito mais dados, dados vindo dos Estados Unidos, outros países europeus mostrando que a resposta imune seja boa. E seja inclusive mais prolongada, então a gente melhoraria tanto a efetividade da vacina, a proteção da população vacinada e eventualmente também o tempo de proteção”, disse à TV Globo a infectologista Rosana Richtmann.

O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, defendeu a utilização da CoronaVac.

“A ciência mostra através dos trabalhos que também ocorreram lá na China que ocorre uma resposta importante com a terceira dose de CoronaVac para pacientes com idade superior a 60 anos, aumentando a sua proteção em 77%. São quase 7 vezes mais um reforço de produção de anticorpos neutralizantes, fazendo com que, então, essa proteção acabe sendo expandida, inclusive para as formas variantes, como a própria variante delta”, disse na quarta-feira (1º).

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que não garantirá doses para os estados e municípios que adotarem esquemas vacinais diferentes do que foi definido no Plano Nacional de Imunização (PNI). A pasta disse ainda que “alterações nas recomendações podem influenciar na segurança e eficácia das vacinas na população”.

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G1

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