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Remédios de perda de peso aumentam risco para paralisia estomacal; entenda

Alguns remédios popularmente usados no combate à obesidade foram associadas pela primeira vez ao risco aumentado de paralisia estomacal

Alguns remédios popularmente usadas no combate à obesidade foram associadas pela primeira vez ao risco aumentado de paralisia estomacal - Imagem: Reprodução/Freepik
Alguns remédios popularmente usadas no combate à obesidade foram associadas pela primeira vez ao risco aumentado de paralisia estomacal - Imagem: Reprodução/Freepik

Ana Rodrigues Publicado em 09/10/2023, às 09h50


De acordo com estudo da Universidade British Columbia, algumas drogas popularmente usadas no combate à obesidadeforam associadas pela primeira vez ao risco aumentado de paralisia estomacal. Alguns riscos aumentados como pancreatitee obstrução do instestino também foram constatados, mas já eram conhecidos, inclusive, eles constam na bula dos medicamentos.

De acordo com a coluna Viva Bem UOL, o estudo foi publicado na última quinta-feira (5), na Journal of the American Medical Association, e esses efeitos adversos que foram constatados em pessoas que não diabéticas, porém estavam usando os remédios para perda de peso. Esses medicamentos foram desenvolvidos originalmente para o tratamento da diabetes tipo 2, mas foram também indicados para perda de peso. Eles funcionam para induzir a produção de insulina no corpo, bloqueando a produção de açúcar no fígado, proporcionando assim, uma sensação de saciedade.

Ouvimos relatos de pessoas que tiveram muita náusea, que vomitavam de 15 a 20 vezes por dia quando começaram a tomar um desses remédios, mas ainda não havia um estudo epidemiológico para não diabéticos", afirmou em entrvista Mahyar Etminana, coautor do estudo.

Ainda completou dizendo.

O fato de termos descoberto que as drogas aumentam o risco de gastroparesia (paralisia estomacal) em pessoas que usam esses remédios para perda de peso vai ao encontro do que essas pessoas vêm experimentando".

Os pesquisadores trabalharam com prescrições de 16 milhões de pacientes dos EUA, onde foi receitado dois dos remédios mais populares da classe dos agonistas de GLP-1, semaglutida e liraglutida, entre os anos de 2006 e 2020. Os pacientes que tomavam esses remédios para diabetes tipo 2 não foram incluídos no trabalho.

Eles ainda investigaram registros médicos dos pacientes para saber quantos tinham desenvolvido problemas de estômago, como: pancreatite, obstrução da bexiga, gastroparesia e doença biliar. Esses históricos médicos foram comparados aos de outros que usavam bulpopriona-naltexone (outra classe de medicamento) para o emagrecimento.

Os pacientes que tomaram os remédios da classe dos agonistas de GLP-1 apresentaram um risco de desenvolvimento de pancreatite nove vezes maior. Já no caso da obstrução do intestino, o risco era quatro vezes maior e o de paralisia estomacal era três vezes maior.

Ainda foi constatado um leve risco maior de doença biliar, mas, ainda segundo os pesquisadores, seria "estatisticamente insignificante".

São ocorrências relativamente raras. Mas, se pensarmos que temos milhões de pessoas tomando esses remédios, mesmo 1% significa dezenas ou mesmo centenas de milhares de pessoas que poderiam apresentar esses sintomas", admitiu Mohit Sodhi, coautora do trabalho.

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