As britânicas Zélie, Lisa e Jennifer têm adenomiose, um transtorno ginecológico que, no pior dos cenários, provoca uma forte dor pélvica e sangramento
Redação Publicado em 20/07/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h09
As britânicas Zélie, Lisa e Jennifer têm adenomiose, um transtorno ginecológico que, no pior dos cenários, provoca uma forte dor pélvica e sangramento abundante.
“Eu não podia usar nada além de calças pretas no trabalho”, conta Jennifer.
“E ainda assim eu sangrava tanto que tinha que voltar para casa e mudar de roupa na metade do dia. Já sangrei diversas vezes no sofá de amigos. Sofri dessa doença por anos.”
A adenomiose é um transtorno que ocorre quando as células de revestimento do útero (endométrio) se incrustram nas fibras musculares da parede uterina.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma de cada 10 mulheres no mundo pode ter adenomiose. A doença pode afetar qualquer mulher que menstrue, independentemente da idade.
Em alguns casos, a doença pode não ter sintomas. Por isso, estima-se que muitas mulheres tenham adenomiose e nem saibam.
Mas, quando os sintomas aparecem, podem ser incrivelmente dolorosos. A causa é desconhecida e não há nenhuma forma de evitar a doença.
Os dois sintomas mais comuns da adenomiose são menstruação abundante e dolorosa e forte dor pélvica. “Uma vez senti tanta dor que tive de chamar a ambulância”, explica Zélie. “Quando me vieram, pensaram que eu deveria ter apendicite. Eu falei que tinha adenomiose, mas eles não sabiam o que era isso.”
“Toda vez que eu tive de ir ao hospital e precisei responder qual era o nível da dor, eu sempre disse a mesma coisa: é dez vezes pior que o parto”, completa Zélie.
“A dor era tão forte que às vezes eu tinha pensamentos suicidas”, relata Lisa. “É impossível ignorar a dor, ela afeta todas as facetas de sua vida. Eu precisava planejar cada saída (de casa) como se fossem operações militares”.
Muitas mulheres levam anos até serem diagnosticadas com adenomiose, já que é possível confundir a doença com outras enfermidades pélvicas. A adenomiose pode ser detectada em uma ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética. A pílula anticoncepcional ou injeções hormonais são alguns dos tratamentos que podem ser efetivos.
Mas, para algumas mulheres, a única solução é a histerectomia, uma cirurgia para retirar o útero total ou parcialmente. Foi o que fez Jennifer.
“Estou vivendo minha vida como nunca antes. Posso correr com meus filhos no parque, fazer coisas que antes eu não podia”, relata. “Apesar de não ter útero, me sinto mais mulher que nunca”.
Zélie, Lisa e Jennifer dizem que é muito importante apoiar outras mulheres que estão passando pela mesma situação. “É uma doença que pode fazer você se sentir completamente isolada. Por isso, é muito importante criar grupos de apoio no Facebook e conversar com outras mulheres que também estão sofrendo”, diz Lisa. “Graças a essa rede de apoio, não me sinto sozinha”.
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