Ensaios clínicos nos EUA demonstram sucesso da ablação endoscópica na redução de peso e diminuição da grelina em pacientes obesos
Sabrina Oliveira Publicado em 10/05/2024, às 12h31
Uma nova esperança na batalha contra a obesidade está surgindo nos Estados Unidos com o desenvolvimento de uma técnica pioneira chamada ablação endoscópica da mucosa. Esta abordagem inovadora visa reduzir a produção do hormônio grelina no estômago, uma substância conhecida por desencadear a sensação de fome no organismo.
O procedimento, pouco invasivo, consiste em queimar parte do revestimento do estômago utilizando um dispositivo de endoscopia. Dez mulheres com obesidade participaram do ensaio clínico, sendo acompanhadas durante seis meses. Os resultados preliminares desse estudo serão apresentados no próximo Congresso Digestive Disease Week, em Washington.
O autor desta técnica, o gastroenterologista Christopher McGowan, revela que as pacientes submetidas à ablação experimentaram uma perda significativa de peso, cerca de 7,7% do peso corporal, juntamente com uma redução de mais de 40% na produção de grelina. As participantes também relataram uma diminuição substancial na sensação de fome após o procedimento. Testes de capacidade gástrica revelaram uma redução de aproximadamente 42% no tamanho do estômago das pacientes.
Uma das principais vantagens da ablação é sua rapidez e caráter ambulatorial, não requerendo internação hospitalar. Isso a torna uma alternativa atrativa para aqueles que não podem ou não desejam se submeter a medicamentos específicos ou à cirurgia bariátrica.
Depoimentos de voluntárias, como Brooke Nelson, que perdeu 26 quilos em seis meses, destacam mudanças significativas nos padrões alimentares após o procedimento. Brooke relata uma redução drástica na sensação de fome e uma preferência renovada por alimentos saudáveis em detrimento dos ultraprocessados.
Como é feito o procedimento
É inserido um dispositivo de endoscopia no estômago, seguido pela aplicação de um fluido para proteger os tecidos. Em seguida, uma porção do revestimento do estômago é removida ou queimada, principalmente na região onde a grelina é produzida, conhecida como fundo gástrico.
Temos pacientes que realizaram o procedimento há um ano ou mais, e o que estamos vendo é que eles continuam a ter uma diminuição da fome e continuam a relatar maior controle sobre a alimentação”, disse o médico em entrevista ao Good Morning America. Isso sugere um potencial duradouro e promissor dessa técnica inovadora na luta contra a obesidade.
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