Diário de São Paulo
Siga-nos
Polêmica

Menino impedido de fazer cirurgia por bolsonaristas tem mudança radical em seu quadro de saúde

Os próximos passos para o tratamento de Gabriel Rodrigues foram detalhados por seu pai

Gabriel Rodrigues passou por apuros ao ser barrado por manifestantes pró-Bolsonaro - Imagem: reprodução/TV Globo
Gabriel Rodrigues passou por apuros ao ser barrado por manifestantes pró-Bolsonaro - Imagem: reprodução/TV Globo

Mateus Omena Publicado em 02/12/2022, às 13h08


O menino que havia sido barrado em um bloqueio golpista a caminho do hospital, deverá passar por uma terceira cirurgia no olho.

Gabriel Rodrigues, de 9 anos, perfurou o olho em um acidente na escola e passou por vários exames para não perder a visão. Agora, ele deve ser submetido a um procedimento que será feito depois que passar por avaliação médica, marcada para o dia 21 de dezembro.

De acordo com a TV Centro América, afiliada da Rede Globo no Mato Grosso, Gabriel e seu pai, Éder Rodrigues, seguiam viagem de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, com objetivo de retirar uma hérnia e drenar um coágulo no olho.

No entanto, no meio do caminho os dois foram impedidos de passar por causa de um bloqueio golpista feito por bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições. Após viralizar nas redes sociais ao tentar negociar a passagem, em desespero, eles conseguiram fazer a cirurgia na capital a tempo.

"Ele irá passar pela terceira cirurgia porque não conseguiu fazer o implante de lente, devido a algumas complicações. Por enquanto, temos que aguardar a recuperação dele para isso", explicou o pai.

A polêmica

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após um vídeo mostrar Éder tentando negociar com um grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que repudiou a vitória de Lula (PT) nas eleições de 2022. O menino estava em um ônibus com a mãe e outros 24 pacientes com exames agendados na capital.

Nas imagens, o pai aparece desesperado, conversando com o grupo. Mesmo após ouvirem que bloqueavam a passagem da criança com risco de perder a visão e de outros pacientes, participantes do protesto dizem que vão impedir a passagem.

“Vai a pé. De carro, não passa”, disse um dos homens. O pai ainda insiste, mas um dos homens responde: “Eu não tenho problema com o olho do seu filho. Pega um avião e vai. Não vai passar”.

Em entrevista à TV Globo, Éder relatou que, mesmo com o apelo, os pacientes tiveram que passar por uma rota alternativa por uma propriedade rural. No bloqueio, havia cerca de dez homens e alguns deles seguravam facões e foices.

“Foi um sentimento de impotência e revolta. Quando um deles disse que não se importava que meu filho ficasse cego, me exaltei. Só me acalmei quando meu filho mais velho, de 13 anos, começou a falar comigo”.

Compartilhe  

últimas notícias