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Há um ano, SP vacinava 1ª pessoa contra Covid no Brasil; veja o que mudou e projeções para o futuro

O início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil completa um ano nesta segunda-feira (17). Horas após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

Há um ano, SP vacinava 1ª pessoa contra Covid no Brasil; veja o que mudou e projeções para o futuro
Há um ano, SP vacinava 1ª pessoa contra Covid no Brasil; veja o que mudou e projeções para o futuro

Redação Publicado em 17/01/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h31


O início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil completa um ano nesta segunda-feira (17). Horas após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial dos imunizantes CoronaVac e AstraZeneca, no dia 17 de janeiro de 2021, o governo de São Paulo começou a vacinar profissionais de saúde, indígenas e quilombolas .

A primeira a receber a vacina em território nacional foi a enfermeira Mônica Calazans, em evento realizado no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP).

A aplicação foi feita pela enfermeira Jéssica Pires de Camargo, que também deu o pontapé inicial na imunização das crianças na última sexta-feira (14). Em entrevista ao g1, a profissional de saúde descreveu a sensação de ter participado dos dois momentos. (Leia abaixo)

Devido à dependência de insumos farmacêuticos importados para a produção de vacinas, o processo de imunização avançou de forma gradual. As pessoas do grupos de risco, como profissionais de saúde e idosos, foram os primeiros a receber as doses. Posteriormente, a vacinação seguiu por faixa etária.

Para o presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Marco Aurélio Sáfadi, apesar de ter começado de forma lenta no Brasil, em um momento que pedia por mais agilidade, a vacinação contra Covid-19 conseguiu evoluir bem, demonstrando sua importância quando houve a chegada da variante delta.

No dia 10 de agosto, quase sete meses após o início, a vacinação passou a ser liberada em SP para todas as pessoas maiores de 18 anos. Cerca de uma semana depois, adolescentes de 12 a 17 anos dos grupos prioritários começaram a ser imunizados.

O processo teve novamente que ser escalonado, uma vez que dependia da entrega de doses da Pfizer, as únicas com autorização da Anvisa para serem aplicadas em menores de idade, pelo Ministério da Saúde.

A primeira a aplicar as doses

Davi, de 8 anos, foi primeira criança a ser vacinada contra a Covid no Brasil — Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Davi, de 8 anos, foi primeira criança a ser vacinada contra a Covid no Brasil — Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Passado quase um ano do início da campanha de imunização, na última sexta-feira (14), Jéssica Camargo voltou ao HC da USP para aplicar a primeira dose pediátrica contra Covid-19 do país no menino Davi Xavante, de 8 anos.

Em entrevista ao g1, a profissional de saúde descreveu a sensação de participar dos dois momentos importantes. Para ela, há um ano a emoção foi mais relacionada à expectativa que todos já acumulavam desde o início da pandemia. Desta vez, a felicidade foi de ver o fruto de “um ano correndo para vacinar todos os públicos alvos” e finalmente chegar na faixa etária das crianças.

“Acho que agora a gente consegue observar o resultado dessa vacinação. A gente vê que, mesmo com o aumento dos números de casos, houve uma redução dos casos graves, que é o que a gente espera com a vacinação. Acredito que agora, com a imunização das crianças, esse número possa ser reduzido ainda mais”, disse Jéssica Camargo.

Mudança de cenário da pandemia

Segundo o especialista em imunização, Marco Aurélio Sáfadi, os vírus respiratórios, como o coronavírus, têm funcionamento diferente de outros como os causadores do sarampo, rubéola e hepatite A, para os quais um indivíduo pode adquirir proteção definitiva por meio da vacina ou após uma infecção natural.

Porém, apesar de as vacinas contra Covid não terem a capacidade de impedir totalmente infecções posteriores, o médico considera que o investimento na imunização contra a doença foi essencial para reduzir o impacto da pandemia. Mortes, hospitalizações sequelas da doença teriam ocorrido em escala maior ainda se tivéssemos apostado na chamada imunidade de rebanho, por infecção natural, segundo ele.

“Na minha opinião, as vacinas representam a principal maneira que tem permitido que a humanidade possa conviver com esse vírus”, disse Sáfadi.

Atualmente, o estado de São Paulo tem 79,8% de sua população estimada (de acordo com os cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica – IBGE) com esquema vacinal básico completo, ou seja, duas doses – no caso dos imunizantes PfizerAstraZeneca e CoronaVac – ou dose única – da Janssen – já aplicada.]

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G1

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