A falta de informações sobre a vacinação prévia de pacientes internados com Covid-19 prejudica “qualquer análise sobre a efetividade das vacinas”, alertou a
Redação Publicado em 06/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h27
A falta de informações sobre a vacinação prévia de pacientes internados com Covid-19 prejudica “qualquer análise sobre a efetividade das vacinas”, alertou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em relatório publicado no final de setembro. O alerta ocorre em meio ao aumento na divulgação de dados sobre quantos pacientes já foram vacinados entre os hospitalizados por Covid em diferentes estados.
Na nota técnica, a fundação destacou que os registros de casos graves de Covid, que são feitos por meio do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), apresentam um grande número de informações incompletas, o que prejudica esse tipo de conclusão.
No campo em que os profissionais de saúde informam se o paciente já tomou a vacina contra Covid-19, a informação foi preenchida como “ignorada” para 35% dos hospitalizados. Os pesquisadores analisaram as notificações de casos graves feitas entre abril e 25 de agosto deste ano em todos os estados.
O estudo destaca que há um grande número de unidades de saúde que não inseriram nenhum dado sobre a vacinação dos pacientes hospitalizados, principalmente no estado de São Paulo, além de Amazonas, Pará, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul. O levantamento não informou qual o percentual preenchido por São Paulo.
“Isto significa que, em diversas unidades de saúde, o novo sistema não se encontra operacional, ou o preenchimento vem sendo sistematicamente desconsiderado”, explicam os pesquisadores.
Em nota, a secretaria da Saúde de São Paulo declarou que “os dados de vacinação no SIVEPGripe não são de preenchimento obrigatório, cabendo a cada serviço de saúde fazer o preenchimento do mesmo”.
Nos estados de Roraima, Maranhão, Pernambuco, Maranhão, Espírito Santo, Ceará, Bahia e Alagoas, cerca de 60% dos dados de hospitalizados entre abril e 25 de agosto não possuem qualquer informação sobre vacinação.
Diego Xavier, especialista em Saúde Pública da Fiocruz e um dos responsáveis pelo estudo, afirma que a falta de preenchimento dos campos pode ocorrer porque as equipes estão sobrecarregadas ou porque enfrentam dificuldades de sistema.
“As equipes na linha de frente, tanto no SUS quanto na rede privada, estão sobrecarregadas, operando no limite há muitos meses. Elas podem estar enfrentando diferentes dificuldades para o lançamento desses dados, desde a ausência de treinamento até a falta de tempo em meio ao atendimento acima do normal”, explica Xavier.
A pesquisa também critica a falta de integração entre as bases nacionais de vacinação e de hospitalização: como os sistemas não são conectados, o preenchimento desta informação depende de um questionamento feito ao paciente no momento da internação.
Assim, muitas vezes é preciso que o paciente tenha o comprovante de vacinação em mãos no momento da hospitalização para que a informação seja corretamente incluída.
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G1
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