O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta quinta-feira (20) que o Ministério da Saúde ainda não manifestou interesse em adquirir novas doses
Redação Publicado em 20/01/2022, às 00h00 - Atualizado às 18h46
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta quinta-feira (20) que o Ministério da Saúde ainda não manifestou interesse em adquirir novas doses de CoronaVac para o Programa Nacional de Imunização (PNI). O Butantan possui 15 milhões de doses prontas da vacina contra a Covid-19.
No início da tarde, o imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usado em crianças na faixa etária de 6 a 17 anos no país.
“Eu ofertei muito mais do que isso [15 milhões]. Quando terminou o contrato de 100 milhões de doses, eu fiz uma nova oferta, inclusive, e não houve resposta. Nem de 100 [milhões], nem de 15 [milhões], nenhuma resposta nesse sentido”, disse Dimas Covas em entrevista ao g1.
Em outubro de 2021, o Ministério da Saúde afirmou que não faria aquisição de novos lotes de CoronaVac para o calendário nacional de vacinação de 2022.
A vacina foi a primeira a ser aplicada na população brasileira e a responsável pela maior parte da imunização até que outras vacinas fossem adquiridas. No entanto, seu uso sempre foi motivo de embate político entre a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e do governador João Doria (PSDB).
Após a entrega pelo Butantan de todos os 100 milhões de doses do contrato com o governo federal para o PNI, sobraram 15 milhões de doses da vacina sem interessados em comprá-las.
Inicialmente, o Instituto Butantan declarou que, desses 15 milhões, 12 milhões haviam sido reservados ao governo de São Paulo para a aplicação em crianças assim que a autorização fosse concedida pela Anvisa.
No entanto, em coletiva de imprensa nesta quinta (20), Dimas Covas, declarou que, dos 15 milhões de doses disponíveis, 4 milhões já foram entregues para o estado de São Paulo e outros 4 milhões serão enviados nos próximos dias. Os 7 milhões de doses restantes devem ser reservados para ofertar ao Ministério da Saúde.
Segundo o diretor, o Butantan possui capacidade para produção de mais doses caso seja manifestado interesse pelo governo federal ou por estados.
“Nossa atividade industrial pode ser retomada a qualquer momento. Podemos chegar, como foi feito no primeiro fornecimento ao ministério, a fornecer até 100 milhões de doses. Depende da demanda, e estamos totalmente preparados para atender a demanda.”
A fábrica nacional para produção da CoronaVac sem a dependência de insumos da China, no entanto, não está pronta. Prometida para ser entregue em setembro de 2021, a obra sofreu atraso e ainda faltam equipamentos importados. Para ser inaugurada, a planta também depende de inspeção da Anvisa.
“A fabrica está na sua fase final de estrutura física de obras civis e já recebendo equipamentos. Então esses equipamentos estão sendo instalados, e isso vai permitir que ela entre em operação, não ainda produzindo as vacinas para distribuições, mas para ser qualificada, inclusive pela nossa Anvisa”, disse Dimas Covas nesta quinta.
Desde o final do ano passado a Anvisa analisava o segundo pedido de autorização de uso da CoronaVac para crianças e adolescentes, feito pelo instituto. As solicitações, porém, previam vacinar o grupo de 3 a 17 anos. O primeiro pedido, feito em julho do ano passado, foi negado em agosto por falta de documentação.
Segundo Dimas Covas, o Butantan apresentará um novo pedido para incluir a faixa etária de 3 a 5 anos.
“Vamos fazer um pedido de extensão ao pedido original, simplesmente apresentando mais dados especificamente para essa faixa etária [3 a 5 anos]. Nós temos alguns estudos em andamento, estudos de efetividade no Chile, estudos na fase 3 em alguns países do mundo. Vamos fornecer esses dados”, disse, nesta quinta.
A liberação aprovada pela agência seguiu as recomendações da área técnica, que definiu os seguintes critérios:
A vacinação de crianças no Brasil começou a ser feita na semana passada, logo após a chegada do primeiro lote de vacinas pediátricas da Pfizer, até então, o único imunizante aprovado pela Anvisa para este grupo.
As vacinas foram destinadas incialmente a um grupo prioritário, formando por crianças com comorbidades, indígenas e quilombolas.
O indígena Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos, foi a primeira criança a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil. Ele recebeu a dose em um evento simbólico organizado pelo governo de São Paulo.
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G1
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