O prefeito Bruno Covas (PSDB) descartou a possibilidade de decretar um lockdown na cidade de São Paulo e disse que a prefeitura deverá anunciar nesta quinta
Redação Publicado em 18/03/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h51
O prefeito Bruno Covas (PSDB) descartou a possibilidade de decretar um lockdown na cidade de São Paulo e disse que a prefeitura deverá anunciar nesta quinta (18) a antecipação de feriados para tentar conter o avanço da pandemia de coronavírus.
“Essa medida se mostrou eficiente no ano passado, é uma das que a gente pode anunciar agora no final da manhã”, afirmou ele entrevista à GloboNews.
“Se a gente conseguir 15 dias que as pessoas consigam voltar aos índices de isolamento do início da pandemia, a gente já consegue uma melhora na quantidade de casos e internações. Precisamos desse prazo de 15 dias que os especialistas da vigilância apontaram para conseguir colocar a curva para baixo e atender todo mundo na cidade”, completou.
Em julho de 2020, a gestão Covas antecipou os feriados de Corpus Christi e o da Consciência Negra para conter o avanço de casos de Covid à época.
Segundo o prefeito, a capital paulista não tem efetivo de segurança para implementar medidas restritivas mais rígidas.
“No município é inviável decretar lockdown. A gente tem 1.000 guardas da GCM (Guarda Civil Metropolitana). É inviável fiscalizar se as pessoas estão saindo de casa com mil guardas”, afirmou.
Covas também confirmou o registro da primeira morte à espera de leito na cidade. De acordo com o prefeito, um paciente da Zona Leste morreu por falta de atendimento. A capital está com 88% dos leitos de UTI ocupados.
“Infelizmente, nós tivemos o primeiro caso, na Zona Leste de São Paulo, uma pessoa faleceu sem conseguir atendimento aqui na cidade. Infelizmente a gente vê colapsando o sistema de saúde”, afirmou.
“As vagas são em hospitais permanentes e não mais em hospitais de campanhas. Entregamos nove hospitais. A continuar o crescimento dessa curva, só vamos ver ampliar esses casos de pessoas que não conseguem leitos de UTI. Só ontem, eram 395 pessoas aguardando leitos. Um momento triste, difícil”, afirmou o prefeito.
No estado, ao menos 79 pessoas com Covid-19 ou suspeita morreram na fila por um leito de UTI.
A explosão de casos atinge também a rede privada da capital. Nesta semana, hospitais particulares pediram 30 leitos do SUS à Secretária Municipal da Saúde. “Algo inédito”, disse o secretário Edson Aparecido.
O prefeito defendeu a importância do respeito às medidas de distanciamento social e afirmou que o município não tem condições de ampliar a rede de assistência na mesma velocidade da contaminação.
“Há um limite. A gente não consegue dobrar, triplicar, quadruplicar a quantidade de leito, as pessoas precisam respeitar o isolamento social para a gente diminuir a contaminação. Essa segunda onda mudou o quadro que nós enfrentamos no ano passado.”
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