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Ameaça ao Mercosul

Por que Javier Milei preocupa o governo Lula?

Declarações de Javier Milei podem impactar nas relações Brasil-Argentina

Javier Milei. - Imagem: Reprodução | YouTube
Javier Milei. - Imagem: Reprodução | YouTube

Marina Roveda Publicado em 04/09/2023, às 08h38


Javier Milei, o candidato radical que lidera a corrida para as eleições presidenciais na Argentina, tem feito declarações que causam preocupação em setores do governo brasileiro, em Brasília, e entre empresários e analistas. Mileise autodefine como libertário e tem expressado opiniões que indicam uma possível postura mais distante do Brasil e de organizações regionais, como o Mercosul e o Brics.

Suas declarações incluem afirmações como "não farei acordo com comunistas" e a intenção de eliminar o Mercosul, bem como a recusa em fazer pactos com países como China, Cuba, Venezuela, Nicarágua e Coreia do Norte. Milei também se opõe à integração da Argentina ao Brics ampliado.

Embora seja improvável que uma ruptura total ocorra nas relações entre Brasil e Argentina, dada a grande interdependência econômica e comercial entre os dois países, as declarações de Milei podem complicar o relacionamento bilateral e causar atritos em organizações regionais.

O governo brasileiro está preocupado com a possibilidade de Milei, se eleito, intensificar as tensões no Mercosul e prejudicar os esforços do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para estreitar os laços entre Argentina e Brasil no Brics ampliado. Além disso, suas opiniões podem afetar iniciativas regionais como a Unasul e a Celac.

É importante ressaltar que, nos últimos dias, seus assessores têm tentado amenizar suas declarações radicais à medida que suas chances de vitória aumentam, sugerindo uma possível postura mais pragmática em relação ao Brasil e às organizações regionais.

A relação entre Brasil e Argentina é crucial para ambos os países, dada a importância do comércio bilateral e da cooperação regional. Qualquer governo que assuma o poder na Argentinaterá que considerar esses interesses estratégicos ao tomar decisões políticas e econômicas.

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