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Macron tenta mostrar que não está isolado, mas continua a 'governar sozinho', dizem jornais franceses

Após perder maioria na Assembleia Nacional, presidente frances ainda foi um dos principais nomes no escândalo conhecido como "Uber Files"

Presidente francês, Emmanuel Macron, durante evento do Dia da Bastilha em Paris - Imagem: Sarah Meyssonnier
Presidente francês, Emmanuel Macron, durante evento do Dia da Bastilha em Paris - Imagem: Sarah Meyssonnier

G1 Publicado em 15/07/2022, às 08h17


Os jornais franceses desta sexta-feira (15) analisam a entrevista concedida pelo presidente Emmanuel Macron no dia 14 de julho, festa nacional da França. Para a imprensa, o chefe de Estado tenta mostrar que não está isolado. Mas para a oposição, o presidente insiste em governar sozinho e se nega a aceitar a nova realidade que enfrentará na Assembleia Nacional.  

Durante uma hora, o chefe de Estado falou a canais de tevê franceses sobre temas como a reforma das aposentadorias, inflação, economia em tempos de guerra na Ucrânia, crise climática e se explicou sobre o seu envolvimento no caso Uber Files

Para o jornal Libération, o presidente aproveitou a entrevista para mandar mensagens aos parlamentares do partido de direita fundado pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy, Os Republicanos (LR). De acordo com o quotidiano, Macron está consciente de que a partir de agora deve compor com esta formação da oposição, principalmente sobre questões sociais.

Para o Libé, o chefe de Estado se esforçou para passar uma imagem de presidente que trabalha e que não está isolado ou "impedido", após ter perdido a maioria absoluta no Legislativo. 

Le Parisien, diz que Macron pede "a mobilização de todos" diante das crises atravessadas pelo país. Uma maneira de tentar tomar a iniciativa, agora que ele dispõe apenas de uma maioria relativa na Assembleia. 

Já para Le Figaro, diante das ameaças de bloqueio de todos os seus projetos feitas pela oposição, o presidente francês utiliza a estratégia do referendo e diz que consultará os franceses. Para o jornal, Marcron se recusa a desistir de suas reformas, principalmente a da previdência e a do seguro-desemprego, e pretende apresentá-las antes mesmo do fim de agosto de 2022. 

De acodo com Le Figaro, a oposição esperava uma mudança do chefe de Estado, que tem fama de governar sozinho, mas se decepcionou. Para deputados de direita e esquerda entrevistados pelo jornal, Macron se nega a entender a nova realidade que enfrentará na Assembleia Nacional e que, a partir de agora, terá que aprender a escutar. 

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