O presidente brasileiro afirmou que o "neoliberalismo deixou 2 bilhões de trabalhadores no setor informal"
Marina Roveda Publicado em 21/09/2023, às 08h25
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, lançaram uma parceria inédita para promover o "trabalho digno" em Nova York nesta quarta-feira (20). Eles firmaram um protocolo de compromisso mútuo com os direitos dos trabalhadores, com o objetivo de combater a precarização do trabalho, dando destaque aos sindicatos como base de apoio.
Biden destacou o compromisso com os direitos dos trabalhadores em seu discurso de lançamento da iniciativa: "Não queremos apenas que uma classe se saia bem, queremos que os pobres tenham a oportunidade de subir na vida. Os ricos não pagam impostos suficientes. Esta visão é impulsionada por uma força trabalhista forte. Orgulho-me de que meu governo tem sido caracterizado como o mais pró-sindicato na história dos EUA".
A Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores tem como principais diretrizes a proteção dos direitos trabalhistas, a promoção do trabalho digno em empreendimentos públicos e privados, a luta contra a discriminação no local de trabalho, uma abordagem centrada nos trabalhadores na transição para a energia limpa e o uso da tecnologia e da transição digital em prol do trabalho decente.
Em seu discurso, Lula destacou o caráter histórico da parceria e mencionou os desafios atuais para promover o trabalho decente no mundo, após uma década de predominância do neoliberalismo, um regime econômico caracterizado por intensa exploração dos trabalhadores.
"O saldo é que nós temos 2 bilhões de trabalhadores que estão no setor informal, segundo a OIT [Organização Internacional do Trabalho]. O dado concreto é que temos 240 milhões de trabalhadores que, mesmo trabalhando, vivem com menos de US$ 1,90 por dia. É inaceitável que mulheres, minorias étnicas e pessoas LGBTQIA+ sejam discriminadas no mercado de trabalho", afirmou.
Lula também defendeu o fortalecimento do papel dos sindicatos: "Todas as pessoas que acreditam que um sindicato fraco fará com que o empresário ganhe mais e que o país fique melhor estão enganadas. Não há democracia sem sindicatos fortes, porque o sindicato é efetivamente quem fala em nome do trabalhador para tentar defender seus direitos", completou.
Biden enfatizou que os trabalhadores serão os principais agentes na transformação energética e tecnológica necessária nos próximos anos. "Sabemos que nosso progresso depende de nossos trabalhadores. São eles que vão impulsionar a transição para a energia verde, garantir a segurança na cadeia de valor e construir a infraestrutura para manter nossa economia forte", disse.
Lula e Biden se comprometeram a incentivar outros países a aderir à Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e a buscar reverter a exploração existente. "Em todos esses fóruns internacionais, estaremos trabalhando e tentando criar condições para que todos os governantes aceitem um protocolo como este que estamos assinando aqui", disse Lula.
Além disso, os dois presidentes planejam estabelecer uma agenda focada em aumentar o papel dos trabalhadores em instituições multilaterais como o G20, a COP 28 e a COP 30.
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