Tarcísio também destacou o papel dissuasório de cidadãos armados na segurança pública
Marina Roveda Publicado em 25/07/2023, às 08h21
Na coletiva realizada nesta segunda-feira (24), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mostrou suas divergências em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as novas regras de acesso às armas. Enquanto Lula defende que o decreto dificultará a vida dos criminosos, tornando mais árdua a obtenção de armamentos, Tarcísio argumentou que isso não é suficiente, pois os criminosos sempre conseguem se armar, mesmo enfrentando restrições. Para ele, a chave para a segurança pública está em combater o contrabando de armas e evitar que elas caiam nas mãos erradas.
“Primeiro, eu vejo que nunca se dificultou a compra de armas para criminosos. Os criminosos estão armados até os dentes e nunca tiveram problemas. Por isso que a nossa ação de segurança pública, entre outras questões, é combater o contrabando de armas, combater essa arma que chega na mão do criminoso de forma ilícita. Eu entendo que a arma na mão do cidadão, e aí é uma questão do exercício de liberdade, é sempre um poder de dissuasão. No final das contas, o bandido não sabe se aquele cidadão está armado ou não e ele para e pensa duas vezes se vai fazer uma abordagem ou não”, declarou Tarcísio.
De forma enfática, o governador enfatizou que acredita que o cidadão armado pode exercer um papel de dissuasão, pois o bandido nunca terá certeza se sua potencial vítima está ou não armada, o que o faz pensar duas vezes antes de agir. É uma questão de exercício de liberdade, defendeu Tarcísio.
Ao abordar a questão da Cracolândia, o governador destacou a importância de uma abordagem integrada, envolvendo várias pastas e esferas governamentais, para finalmente encontrar uma solução efetiva. Ele reconheceu que os programas anteriores não tiveram sucesso porque faltava uma visão abrangente, ora enfocando mais a segurança, ora a assistência social, sem um equilíbrio adequado. A busca agora é por especialistas e boas práticas para superar esse desafio complexo.
“A gente percebe que todos os programas fracassaram porque sempre algum dos componentes faltou. Quando tinha um braço mais forte na segurança, faltava a assistência. Quando o caráter era mais assistencial, faltava segurança. Todos eles acabaram fracassando. Primeiro, a gente tem que trabalhar a questão de forma integrada. Estamos buscando os especialistas e a literatura.”, analisou o governador de São Paulo.
A coletiva também trouxe resultados de uma megaoperação conjunta contra a criminalidade, que mobilizou estados como São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Quase 1,2 mil suspeitos foram detidos e impressionantes 11 toneladas de drogas foram apreendidas. Além disso, foram anunciadas iniciativas para combater o roubo de celulares, com a recuperação de 2 mil aparelhos, e melhorar a estrutura de segurança, incluindo a compra de 3 mil câmeras para viaturas policiais e 3 mil novas viaturas até o fim do ano.
Em suma, a coletiva evidenciou o posicionamento do governador em relação ao acesso às armas, suas perspectivas sobre a Cracolândia e a atuação firme contra a criminalidade, resultando em avanços importantes na segurança pública de São Paulo.
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