A ação foi registrada em um áudio gravado pela própria agressora e compartilhado na web
Mateus Omena Publicado em 18/10/2022, às 17h11
Uma professora está sendo investigada pela Polícia Civil após ter agredido um aluno de 6 anos, diagnosticado com transtorno do espectro do autista. Depois que o caso veio à público, ela foi demitida da instituição de ensino onde o crime ocorreu.
O episódio doloroso aconteceu no Colégio Romano Senhor Bom Jesus, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O boletim de ocorrência foi registrado pela escola no dia 23 de agosto, mas o delito teria sido cometido no dia 11 de agosto.
Segundo os investigadores, Vanessa Maciel Pereira foi indiciada por "praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência" e por lesão corporal.
O crime veio a público depois que a própria professora relatou o momento em que agrediu o estudante autista, cuja identidade não foi revelada, em um áudio enviado por aplicativo de mensagem: "Não aguento mais a cara daquele inferno daquele guri. Eu peguei a toalhinha dele, cada vez que ele vinha para cima de mim me cuspir, eu enfiava aquele pano na cara dele", disse a docente em um trecho. "Gurias, ele se jogava no chão e dizia 'não me mata, profe, não me mata'".
Na gravação, Vanessa admitiu que perdeu o controle diante da situação. "Ele surtou hoje, gurias, só porque eu falei que o casaco não era dele, era de um outro colega; nós tava voltando do pátio, guardando os casacos na mochila, e ele veio com tudo para cima de mim, deu um puxão na minha roupa, cuspiu horrores, que vocês não têm noção. Aí, eu tinha pego antes a toalhinha de lanche dele e a lancheira, sabe o que que eu fiz, gurias? Eu me descontrolei de um jeito assim, ó, não é nem descontrole, tá? É que eu já tô p***, já, não aguento mais a cara daquele inferno daquele guri".
De acordo com a responsável pela delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre, Andrea Mattos, a investigação foi concluída com cerca de 15 depoimentos, além de documentos, e já foi remetida ao Poder Judiciário.
Para a delegada do caso, "não teve dolo [intenção] de matar", apesar de a atitude ter sido considerada criminosa no inquérito.
Após a divulgação do áudio, a professora foi demitida da instituição. Mesmo assim, a mãe do menino deseja uma punição mais severa. Para ela, a pena aplicada à agressora é branda e defende que o indiciamento deveria ser por tentativa de homicídio. "Estou me sentindo injustiçada. Ela tem que pagar por isso", disse, em entrevista ao UOL.
A mãe da vítima revelou como o menino se referiu ao episódio traumatizante com a professora. "Mãe, ela queria matar meu coração".
Ela percebeu também que o menino estava sofrendo, pela maneira como se comportava e demonstrava profunda tristeza. A mulher contou que os desenhos do filho eram um pedido de socorro. "A toalhinha dele é de Minions [personagens do filme 'Meu Malvado Favorito'] e ele desenhava os Minions tristes, chorando. Ele estava mostrando ali o que estava acontecendo e ninguém viu".
Por outro lado, a mãe da vítima relatou que a escola tentou esconder dela a agressão sofrida pelo filho e que desconhecia o áudio até o momento em que decidiu tirá-lo da instituição de ensino.
"Eles me chamaram três vezes lá, para assinar uma ata e em nenhum momento me falaram desse áudio".
Segundo a mãe, só havia registros de reclamações sobre o comportamento do filho com Vanessa Maciel Pereira, pois ele tinha um bom relacionamento com os demais professores e funcionários do colégio. "A escola me mandava bilhete dizendo que ele ficava agressivo com essa professora e eu conversava, não entendia".
Embora a gravação indique a agressão contra o menino, a defesa da professora nega ter havido um crime e que ela apenas se defendeu das ações da criança.
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