A prisão do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine nesta quinta-feira (27), em ação da Polícia Federal (PF) dentro da 42ª fase da
Redação Publicado em 27/07/2017, às 00h00 - Atualizado às 16h25
A prisão do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine nesta quinta-feira (27), em ação da Polícia Federal (PF) dentro da 42ª fase da Operação Lava Jato, repercutiu de forma especial em Paraguaçu Paulista (SP), na região Centro-Oeste do estado. Foi na pequena cidade que Bendine não só nasceu, como também iniciou sua carreira no Banco do Brasil.
Nas rodas de conversas da pacata cidade de 45 mil habitantes, o assunto da prisão do ilustre paraguaçuense foi o mais comentado. Frases como “fica mal pra Paraguaçu, não fica?” ou “pra nós fica muito feio” resumiam o sentimento da população que, tempos atrás, mostrava orgulho pelo ilustre conterrâneo.
Diante das imagens da prisão Aldemir Bendine, os paraguaçuenses começaram a buscar na memória eventos marcantes de Bendine na cidade. Como em 2008, quando o ilustre morador foi homenageado pela Câmara de Vereadores com o título de cidadão benemérito de Paraguaçu Paulista.
Aos 15 anos, Aldemir Bendine começou a trabalhar na agência local do Banco do Brasil como estagiário, em 1978. Quatro anos depois, foi efetivado como funcionário e trabalhou na cidade até se mudar, no fim dos anos 80. Em 2009, foi convidado pelo ex-presidente Lula para a presidência da instituição.
O orgulho dos paraguaçuenses pelo conterrâneo ilustre cresceu ainda mais em 2015, quando Bendine foi indicado para a presidência da Petrobras pela ex-presidente Dilma Rousseff. Na época, Bendine também foi tema das rodas de conversas. Em matéria da TV TEM, cidadãos pediam que ele “fizesse a cosia certa” à frente da estatal.
O MPF afirma que, quando comandava o Banco do Brasil, Bendini pediu R$ 17 milhões à Odebrecht para rolar uma dívida da empresa com a instituição, mas não recebeu o valor. Na véspera de assumir a Petrobras, pediu mais R$ 3 milhões para não prejudicar os contratos da estatal com a empreiteira. O valor foi pago em 2015.
Naquele ano, Bendine era braço direito da então presidente Dilma Rousseff. E havia deixado o banco com a missão de acabar com a corrupção na petroleira, alvo da Lava Jato. Mas, segundo delatores da Odebrecht, ele já cobrava propina no Banco do Brasil e continuou cobrando na Petrobras.
O advogado do ex-presidente da Petrobras, Pierpaolo Bottini, afirmou, em nota, que desde o início das investigações Bendine se colocou à disposição para esclarecer os fatos e juntou seus dados fiscais e bancários ao inquérito, demonstrando a regularidade de suas atividades. “A cautelar é desnecessária. É arbitrário prender para depoimento alguém que manifestou sua disposição de colaborar com a justiça desde o início”, declarou o advogado.
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