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Polícia pede prisão de pastor suspeito de aplicar golpe de R$2 milhões

O pastor está "desaparecido" de João Pessoa desde o dia 13/07

O pastor está "desaparecido" de João Pessoa desde o dia 13/07 - Imagem: Reprodução/Facebook
O pastor está "desaparecido" de João Pessoa desde o dia 13/07 - Imagem: Reprodução/Facebook

Ana Rodrigues Publicado em 20/09/2023, às 10h55


O pastor, Péricles Cardoso de Melo, da Assembleia de Deusem João Pessoa, foi indiciado e teve sua prisão pedida pela polícia, com o parecer favorável do MP (Ministério Público) da Paraíba. Ele é suspeito de aplicar um golpe por meio de empréstimos que não foram pagos aos fiéis da congregação que liderava.

A investigação policial mostra que o pastor fez mais de 30 vítimas, onde a dívida seria superior a R$2 milhões para esses fiéis. O caso ocorreu dentro da congregação Mangabeira 1, onde ele era diretor. Ainda segundo a polícia, Péricles deixou a cidade na véspera de uma reunião em que explicaria o caso à direção da igreja. Em julho, ele foi indiciado por estelionato, e apropriação indébita, além de ter sido afastado da Assembleia de Deus, segundo reportagem do UOL

A denúncia foi feita em junho por um dos fiéis, que procurou a diretoria de Assembleia de Deus na Paraíba. Ele reclamou que estava com uma dívida de R$ 90 mil gerada por um empréstimo feito ao pastor.

Esse fiel estava precisando do nome limpo, e o pastor já tinha feito diversas promessas de que iria pagar, mas não tinha cumprido. Ele então procurou os pastores da diretoria e informou a situação. O pastor foi chamado, confirmou e disse que [a diretoria] não se preocupasse que ele resolveria o problema", disse Andréa Melo, delegada especial designada para investigar o caso.

Os dias se passaram e o pastor não resolveu a situação. Nesse período, a história de que Péricles devia na igreja se espalhou e outros fiéis que também cobravam dívidas começaram a aparecer. 

A Assembleia de Deus marcou uma reunião para o dia 14 de julho, na qual o pastor deveria falar sobre o que estava ocorrendo. 

Mas aí, no dia anterior, ele desapareceu aqui de João Pessoa", contou a delegada. 

A polícia solicitou a prisão preventiva do pastor, e o MP deu parecer favorável. O pedido será julgado pela 2ª Vara Regional Criminal de Mangabeira.

Péricles deixou seu apartamento em julho sem deixar sinais para onde iria, segundo o portal T5, que foi até o prédio onde o pastor morava. O pastor não foi localizado e ainda não constituiu advogado para o defender no caso.

O suposto golpe dado por Péricles tem ocorrido por pelo menos 2 anos, segundo a delegada que investiga o caso. Andrea Melo está concluindo o relatório final do inquérito para que o MP ofereça denúncia na Justiça.

Ela ainda explicou que o pastor era muito querido na congregação e conhecido por ajudar as pessoas a pagar contas.

No início, ele pegava de um para pagar a conta de outro. Nessa dinâmica, foi virando uma bola de neve, e acabou que ele perdeu o controle da situação".

Para seguir com o esquema, o pastor solicitava sigilo absoluto às pessoas a quem pedia dinheiro. A confiança dos fiéis era tanta, que há casos em que Péricles pediu dinheiro a uma mulher e  um homem que formavam um casal, mas nenhum dos dois comunicou ao cônjuge. 

A única coisa que explica ele conseguir esse sigilo era a confiança, a adoração que essas pessoas tinham por aquela figura religiosa, daquela pessoa que falava tão bem, que falava de Cristo. Ele era uma pessoa extremamente venerada e respeitada dentro da igreja. Quando ele pedia sigilo, era como estivesse dando uma ordem", falou a delegada. 

Os débitos hoje estão muito maiores por conta dos juros cobrados pelos cartões de crédito. 

Tem gente, por exemplo, a quem ele pediu R$ 30 mil emprestado, e a pessoa passou no cartão de crédito; como ele não pagou, o débito hoje está em R$ 100 mil".

A Igreja Assembleia de Deus na Paraíba soltou uma nota onde informou que, na reunião de 14 de julho, recebeu "uma série de denúncias formuladas por membros da congregação em Mangabeira I" contra Péricles. Ainda afirmou que, pelo o que foi apurado inicialmente, ele teria "praticado crimes como estelionato e furto contra a igreja, congregados e pessoas próximas".

Diante das evidências apresentadas naquela reunião, o acusado foi imediatamente afastado de suas funções eclesiásticas, bem como foi aberto procedimento disciplinar administrativo por parte dessa denominação".
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