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Crime

Patroa é acusada de agredir empregada por motivo cruel: “Quebrou meu braço”

O filho da vítima confirmou os ataques e revelou outros crimes dos empregadores

A empregada e o filho prestaram queixa na delegacia de polícia contra a patroa e a filha dela - Imagem: reprodução/Facebook
A empregada e o filho prestaram queixa na delegacia de polícia contra a patroa e a filha dela - Imagem: reprodução/Facebook

Mateus Omena Publicado em 01/12/2022, às 13h31


Uma empregada doméstica, de 53 anos, acusou recentemente a patroa de maus tratos e outros graves crimes. Segundo a mulher, a empregadora a xingava e humilhava constantemente, até que passou a sofrer agressões físicas. O caso aconteceu no Lago Sul (DF).

De acordo com o relato, a patroa, cuja identidade não foi revelada, chegou a socar e arremessar mangas contra a funcionária, que teve uma fratura no braço e, agora, aguarda cirurgia em um hospital. Por outro lado, a patroa nega as acusações e apresentou às autoridades outra versão da história.

Segundo a TV Globo, o caso foi registrado no último sábado (26), quando a doméstica estava trabalhando na residência em que prestava serviços há 18 anos. Os nomes dos envolvidos não foram revelados.

A empregada contou que a filha da patroa, de 43, havia perguntado qual seria o cardápio de domingo e se irritado com a resposta dela de que ainda não havia definido. Nesse momento, a patroa começou a insultá-la, chamando-a de preguiçosa e disparou vários xingamentos.

“Cala a boca, sua velha, gorda, incompetente! Some daqui, você não vai comer essa comida que você não comprou!”, relatou a vítima a maneira como foi tratada pelas empregadoras.

O filho da empregada se revoltou com o caso e descreveu para a imprensa o episódio sofrido pela mãe.

“A gente não consegue entender essa agressão brutal contra uma senhora, que agora está com fratura no braço porque tentava defender o rosto. E quando minha mãe tentava sair, foi encurralada, agredida. A patroa tomou a bolsa dela, jogou todos os pertences no chão, rasgou e falou mais palavrões. Foi uma humilhação, uma tentativa de homicídio. Pelo fato dela ser rica, branca, acha que pode suprimir nossos direitos?”.

Na delegacia, a empregada também contou que já foi agredida pela filha da patroa em outras ocasiões. Já a acusada nega qualquer agressão física ou insulto.

O que as acusadas disseram?

À TV Globo, a filha da patroa apresentou uma versão diferente sobre o caso. Ela explicou que estava dando um curso na casa e a empregada teria se irritado quando as alunas foram até a cozinha almoçar. “Elas disseram que se sentiram constrangidas pela funcionária, que achou ruim quando elas estavam pegando a comida.”

A mulher acrescentou que a discussão começou quando uma outra doméstica chegou para arrumar a casa e recebeu ordens de começar pelo quarto da filha da patroa, já que a dona da casa estava viajando e chegaria no dia seguinte, o que teria contrariado a primeira empregada, que queria o serviço no outro quarto.

“Ela falou que não trabalha para mim e não tem satisfação para me dar. Eu disse que compro comida para ela. ‘Se eu como picanha, todo mundo na casa come picanha, compro remédio’, e ela estava dizendo aquilo. Então, falei: ‘Pode ir embora, não estou conseguindo dar meu curso por conta disso’”.

Em relação a bolsa ter ficado na casa, ela insistiu que o objeto teria enganchado no portão e caído. Ao ser questionada sobre a lesão no braço, a acusada negou agressões, dizendo, por exemplo, que não está em época de manga, então, não teria como arremessar as frutas, e levantou uma hipótese de que a vítima teria caído no ônibus. “Ela me contou dessa queda, na terça-feira passada. O caseiro ouviu, ela reclamou muito de dor”, diz.

Além disso, a acusada afirmou que a empregada sofre de esquizofrenia, pois havia supostamente furtado talheres e começado a apresentar “comportamentos relapsos” nos últimos meses. “Ela é como da família, tem chegado sempre atrasada, está cansada. Todo mundo aqui brinca que ela é deputada federal, porque só começa a trabalhar às 10h.”

O filho da vítima confirmou a doença da mãe, mas lembra dos 18 anos de trabalho dela no mesmo imóvel, cita que a empregada só teve a carteira assinada em 2019 e comenta de outros supostos abusos psicológicos sofridos por ela no serviço.

Andamento das investigações

As acusações estão sendo investigadas pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul). A vítima passou por exames no Instituto Médico Legal (IML) e prestou depoimento dia 26.

A suspeita prestou oitiva três dias depois. Uma testemunha citada por ambas as partes é uma outra empregada que estava no dia dos fatos. A família da senhora agredida diz que ela foi coagida para não dar depoimentos que incriminam a empregadora.

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