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Violência contra mulher

Após estupro, pai mata própria filha e enterra o corpo no quintal de casa em SP

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil

Ágata Gonzaga Peixoto Ferreira, de 17 anos, foi enterrada no quintal de casa - Imagem: reprodução/TV Tribuna
Ágata Gonzaga Peixoto Ferreira, de 17 anos, foi enterrada no quintal de casa - Imagem: reprodução/TV Tribuna

Mateus Omena Publicado em 18/11/2022, às 15h11


Um homem está sendo indiciado pelo assassinato da própria filha, de 17 anos, e ocultação de seu cadáver.

As ossadas de Ágata Gonzaga Peixoto Ferreira foram encontradas pela polícia na última sexta-feira (11), no quintal da casa onde os dois moravam, no bairro Balneário Britânia, em Ilha Comprida, no litoral de São Paulo.

Segundo a TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, os materiais genéticos foram coletados e serão analisados para confirmar se os restos mortais são de Ágata.

O delegado do DP Sede de Ilha Comprida, Carlos Eiras, informou que Gutenberg Peixoto Alves de Souza está foragido, mas, "ele sendo ou não achado, será indiciado pelo crime de homicídio e pela ocultação de cadáver.

Mesmo assim, a Justiça já decretou a prisão temporária do homem.

De acordo com Eiras, várias testemunhas contaram que a adolescente desapareceu após três meses morando com o pai.

Além do sumiço da vítima, o delegado listou como indícios contra Gutenberg a ossada no quintal, as "mentiras" sobre o paradeiro da garota, o medo que ela tinha do pai e o desaparecimento dele ao ser questionado por familiares.

O oficial considera que as provas são suficientes para o indiciamento do homem e para iniciar um processo pela condenação dele.

A ex-madrasta de Ágata também revelou à polícia tê-la visto ser molestada por Gutenberg . Testemunhas também informaram que o homem se mostrava muito protetor com a adolescente. "[Esse comportamento] de ficar protegendo até demais é típico de quem está molestando realmente".

"Todavia não conseguimos achar ninguém a quem ela teria relatado isso, além da ex-madrasta que relatou esses eventuais abusos. Até as amigas íntimas dela falaram que ela nunca falou nada sobre essa questão de abuso", disse o delegado.

Como o crime ocorreu?

Os restos mortais de Ágata foram encontrados na manhã da última sexta-feira (11) e estavam envolvidos por uma rede e um lençol.

Em 26 de outubro, um tio de Ágata esteve na delegacia para informar que ela estava desaparecida há mais de um ano. O parente relatou que a jovem morava com o pai, Gutenberg, que teria dito aos familiares que a filha decidiu morar com a mãe em Itanhaém.

No entanto, ao ser contatada, a mãe da garota negou que Ágata a tivesse procurado. Diante da situação, Gutenberg mudou sua versão do ocorrido e contou que a filha havia fugido para Sorocaba, no interior de São Paulo, com um rapaz com quem estava namorando. Ele acrescentou que, desde a saída de casa, ela não havia dado notícias ou usado as redes sociais.

Um familiar, que não quis se identificar, revelou que Agata foi criada pela avó desde os três meses, mas que passou a morar com o pai, que é considerado uma 'má pessoa na família', nos últimos três anos.

O parente afirmou que a garota não tinha contato com a mãe e foi abandonada com três meses. "A avó cuidava dela, sempre cuidou, mas aí esse monstro, depois da menina crescer, veio fazer inferno na vida da gente."

O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil.

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