Subiu para 29 o número de mortos na operação no Jacarezinho da última quinta-feira (6).
Redação Publicado em 08/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h40
Subiu para 29 o número de mortos na operação no Jacarezinho da última quinta-feira (6).
Ao G1, a Polícia Civil do RJ informou neste sábado (8) que “28 criminosos e o inspetor de polícia André Leonardo de Mello Frias morreram na operação”.
Até esta sexta-feira (7), a polícia falava em 27 criminosos mortos, além de Frias.
Até a última atualização desta reportagem, mais de 48 horas depois do início da operação, a polícia ainda só tinha divulgado o nome de 3 mortos:
Os três constam da lista de 21 denunciados pelo Ministério Público por tráfico de drogas e eram procurados pela polícia.
A investigação aponta que eles eram “soldados” do tráfico, atuando como braço armado da organização criminosa no Jacarezinho.
Em discurso durante o sepultamento do inspetor, nesta sexta (7), o secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, elogiou a ação da polícia no Jacarezinho e disse que informações do setor de inteligência da corporação identificaram que — até então — todos os 27 considerados suspeitos que morreram eram traficantes.
“A inteligência já confirmou todos os mortos como traficantes, 19 com folhas corridas até agora”, disse o secretário. “Não foi em vão, André, não foi em vão”, disse, encerrando seu discurso com aplausos.
Veja o que se sabe e o que ainda falta esclarecer em 8 perguntas e respostas:
Agentes de diferentes delegacias, com apoio da Core, a tropa de elite da Polícia Civil, deflagraram a Operação Exceptis. A força-tarefa investiga o aliciamento de crianças e adolescentes para ações criminosas, como assassinatos, roubos e até sequestros de trens da Supervia.
A polícia afirma que o tráfico da região adota táticas de guerrilha, com armas pesadas e “soldados fardados”.
Em vídeos publicados em redes sociais e em relatos à Defensoria Pública, testemunhas afirmam que suspeitos foram executados.
Thaynara Paes, mulher de um dos mortos no Jacarezinho, disse que, ao ser localizado pela polícia, o marido, Rômulo Oliveira Lúcio, chegou a se entregar, mas ainda assim foi executado. Rômulo, segundo ela, tinha 29 anos e estava na condicional.
Outra moradora filmou um policial e disse que o suspeito queria se entregar. A mulher acusou os agentes de tentarem “encurralar” moradores para evitar que eles chegassem até o local onde supostamente o homem teria se rendido.
O advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no RJ (OAB-RJ), contou que uma pessoa que vivia na casa foi para uma área externa, após a invasão. A testemunha relatou ter ouvido de policiais da Core que ficasse fora de casa enquanto os policiais estavam no local.
“Ela ficou nervosa, e a polícia disse pra ela ficar do lado de fora. Ela ouviu gritos, e, em seguida, os tiros”, contou Mondego.
Outra denúncia de moradores do Jacarezinho envolve a imagem de um homem morto em uma cadeira de plástico, numa das vielas da comunidade, com um dedo na boca.
Ocorreram, ainda, queixas de que policiais “confiscaram” telefones celulares de moradores, sob a alegação de que os moradores estavam mandando informações para traficantes.
“Estão pegando telefone e agredindo morador”, relatou uma testemunha.
O delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário operacional da Polícia Civil, disse não considerar que houve erros ou excessos na operação.
“A Polícia Civil não age na emoção. A operação foi muito planejada, com todos os protocolos e em cima de 10 meses de investigação”, afirmou o subsecretário operacional da Polícia Civil.
Sobre a imagem do morto encontrado na cadeira, o delegado Fabrício de Oliveira, coordenador da Core e que participou da operação, disse que as circunstâncias em que ela foi feita vão ser apuradas.
“Quando a polícia acessou, alguns criminosos foram encontrados já mortos. Caso está sob investigação e em breve a polícia vai dar mais detalhes dobre a dinâmica do que aconteceu”, disse.
Até a última atualização desta reportagem, apenas um deles tinha sido identificado pela polícia: o policial civil André Leonardo de Mello Frias, de 48 anos, atingido na cabeça no início da operação.
Os demais seguiam sem identificação oficial, mas, segundo o delegado Felipe Curi, os 28 eram “todos criminosos”. “Não tem suspeito, é criminoso, bandido, traficante e homicida porque tentaram matar os policiais”, afirmou.
A polícia também não esclareceu as circunstâncias em que foram mortos.
De todos os mortos, a polícia confirmou a identidade de apenas três – presentes na lista de denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ):
O delegado Felipe Curi informou que seis pessoas foram presas: três com mandado de prisão e três em flagrante. Outros três procurados foram mortos — seriam Isaac, Richard e Rômulo.
A polícia tinha falado em 21 criminosos denunciados e identificados em escutas autorizadas pela Justiça, mas não esclareceu se contra todos foram expedidos mandados de prisão.
Um balanço divulgado às 17h de quinta-feira listava:
Também foi apreendida “farta quantidade de drogas” — que não foi contabilizada.
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Fonte: G1 – Globo.
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