Mulher grava o próprio estupro cometido pelo ex-marido em SP: "Me senti um lixo"

Uma estudante divulgou nas próprias redes sociais imagens sendo estuprada pelo ex-marido. Após a denúncia, ela fugiu de Praia Grande, no litoral paulista, onde morava, por causa de ameaças.

Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, Juliana Rizzo, afirmou que foi vítima da agressão enquanto dormia sob efeito de remédios. Com medo de sofrer represálias, a jovem, que agora vive no interior do estado, pensa em mudar de endereço novamente em breve.

O ex-marido dela, Ricardo Penna Guerreiro, de 46 anos, foi preso preventivamente em Praia Grande. A defesa dele nega que o homem tenha estuprado a esposa.

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Juliana relatou que,por medo, já havia deixado o imóvel em que vivia com Ricardo em outras oportunidades. "Eu saí com a roupa do corpo e não tinha dinheiro nem para comida".

De acordo com a estudante, sua sobrevivência foi possível graças à ajuda de uma pessoa próxima, que teria feito o pagamento da estadia dela e dos filhos em um hotel após tomar conhecimento das agressões que ela sofria.

"Foi uma pessoa que foi muito humana naquele momento e que me devolveu a dignidade. Até então, eu estava me sentindo um lixo, porque o Ricardo só me chamava assim, entre outros 'nomes'. Eu não conseguia dar um passo adiante".

Intimidação

Juliana se mudou para o interior de São Paulo após uma decisão judicial. "Consegui uma permissão [judicial] para entrada no apartamento do Ricardo [em Praia Grande], para que pudesse retirar as minhas coisas e, no outro dia, vim pra cá".

A estudante afirmou que, apesar da distância da cidade natal, ainda sofre ameaças de morte do ex-marido, direto da prisão, e da atual namorada dele. "Tive informação de que ela está tendo livre acesso à cadeia para visitá-lo e fez anotações em algum caderno com nome de pessoas que deveria procurar para tentar contra a minha vida. Ela estaria tentando contato com pessoas da facção criminosa".

Como não se sente segura, está considerando se mudar do interior de São Paulo novamente. "É cansativo. Quero me sentir segura, criar raízes em um lugar e ter paz. Atrapalha meus filhos, na escola, e eu também, por não conseguir sequer estudar neste semestre".