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‘Feiras do rolo’ em SP vendem bicicletas nacionais e importadas sem notas fiscais; polícia apura se bikes são roubadas

Vídeos gravados pela TV Globo mostram como bicicletas nacionais e importadas, que custam entre R$ 1 mil e R$ 8 mil nas lojas, são vendidas irregularmente, sem

‘Feiras do rolo’ em SP vendem bicicletas nacionais e importadas sem notas fiscais; polícia apura se bikes são roubadas
‘Feiras do rolo’ em SP vendem bicicletas nacionais e importadas sem notas fiscais; polícia apura se bikes são roubadas

Redação Publicado em 29/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 10h44


Vídeos gravados pela TV Globo mostram como bicicletas nacionais e importadas, que custam entre R$ 1 mil e R$ 8 mil nas lojas, são vendidas irregularmente, sem notas ficais, e por preços mais baixos, em ‘feiras dos rolos’ em São Paulo.

Os flagrantes foram feitos pela reportagem em feiras clandestinas na Praça da Sé, no centro da capital, e em São Miguel Paulista, na Zona Leste. Nas imagens é possível ver vendedores oferecendo bikes por R$ 400, em média.

Além de bikes inteiras, são vendidas peças de bicicletas. Como uma roda importada, que custa R$ 2 mil na loja, mas foi oferecida por R$ 100 à reportagem.

Quem compra a bicicleta de origem desconhecida não sabe se ela pertenceu a alguém de maneira regular ou se foi produto de roubo e furto.

Levantamento feito pela TV Globo com base em dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) informam que a capital registrou aumento no número de registros de roubos e furtos de bicicletas nos últimos dois anos, durante a pandemia de Covid.

Em todo ano de 2020 foram feitos 2.512 registros. Em 2021 foram 3.057. Comparativamente os dados mostram um aumento de 21%.

O que pode explicar esse crescimento é que mais pessoas passaram a andar de bicicletas quando as restrições em razão do coronavírus foram impostas pelas autoridades, como, por exemplo, evitar aglomerações no transporte público.

Procurada para comentar o assunto, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, por meio de nota divulgada pela sua assessoria de imprensa, que a polícia irá analisar as imagens para investigar como ocorrem as vendas de bicicletas sem notas ficais em feiras clandestinas na capital. Em resumo, policiais vão apurar se as bikes são roubadas ou furtadas e como elas chegam até as feiras.

“As imagens exibidas pela reportagem serão alvo de apuração e medidas pelas forças policiais”, informa trecho do comunicado da SSP.

Sobre o aumento no número de casos de roubos e furtos de bikes em São Paulo, a pasta da Segurança informou que se levar em consideração o período entre 2019, antes da pandemia, a 2021, o que se verificou foi uma redução nos números desses crimes.

“Os casos de roubos e furtos de bicicletas em São Paulo têm caído nos últimos anos. Diferentemente do que sugere o levantamento da reportagem, entre 2019 e 2021 – – é preciso considerar a atipicidade do período impactado pelas medidas sanitárias e restritivas adotadas durante a pandemia da Covid-19 -, houve redução de 13,57% no estado e 3,57% na capital nos crimes dessa natureza”, informa a nota da Segurança.

As ‘feiras dos rolos’ são conhecidas, mesmo funcionando à margem da lei. Têm dia e horários certos para começarem e terminarem.

Durante o período em que esteve na Sé e em São Miguel Paulista, a reportagem não encontrou nenhuma fiscalização para coibir o comércio ilegal de bicicletas.

Na Praça da Sé, por exemplo, há bases da Polícia Civil, Polícia Militar (PM) e Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Paulo Ricardo Martins, analista de tecnologia da informação, sofreu uma tentativa de roubo no ano passado, quando um ladrão o esfaqueou para levar sua bike.

Não conseguiu, mas deixou uma cicatriz no braço de Paulo, que ainda se lembra daquele dia.

“No dia 27 de dezembro, sofri uma tentativa de assalto. E o meliante veio e me deu uma facada. tomei 11 pontos”, disse o analista, que desde então deixou de usar a bicicleta para ir trabalhar.

“Hoje não dá para andar de bicicleta sozinho. Tem que andar com grupo, acompanhado e ficar sempre esperto nas vias”, disse Paulo, que também estuda fazer um seguro para sua bike de R$ 6 mil.

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G1

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