Diário de São Paulo
Siga-nos
Crime

Chacina no CE: mais detalhes sobre os assassinatos dos 4 policiais são revelados

O crime aconteceu na madrugada deste domingo (14) dentre de uma delegacia

Chacina no CE: mais detalhes sobre os assassinatos dos 4 policiais são revelados - Imagem: reprodução
Chacina no CE: mais detalhes sobre os assassinatos dos 4 policiais são revelados - Imagem: reprodução

Nathalia Jesus Publicado em 14/05/2023, às 19h25


Na madrugada deste domingo (14), quatro policiais civis foram mortos por um colega de trabalho dentro de uma delegacia do Ceará. O crime aconteceu em Camocim, a 353 km da capital Fortaleza.

De acordo com as investigações do caso, três policiais estavam dormindo no momento em que foram alvejados pelo inspetor de polícia Antônio Alves Dourado, suspeito de ser o autor da chacina, a quarta vítima estava de plantão enquanro os colegas descansavam.

Dourado, que foi preso logo após o crime, é suspeito de ter atirado e matado três escrivães e um inspetor: Antônio Cláudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda, Francisco dos Santos Pereira e Grabriel de Souza Ferreira.

Segundo a guarnição da Polícia Militar que atendeu a ocorrência, o suspeito teria chegado em uma moto ao local do crime por volta das 4h40. Em seguida, teria entrado escondido pelos fundos e subido pelo primeiro andar.

Lá, ele teria encontrado um plantonista, o escrivão Antônio Cláudio, que fazia a segurança do restante da equipe, que estava dormindo. De acordo com a apuração do UOL, Cláudio teria pulado do primeiro andar para o térreo para tentar fugir, mas foi atingido pelas costas e não resistiu.

Em seguida, o suspeito teria seguido para os dormitórios, no térreo da delegacia, onde teria atirado contra os três agentes que dormiam em redes.

Plano A

Após o crime, a PM encontrou na delegacia um gás de cozinha que teria sido alterado para incluir conexões, o que, para a polícia, seria um claro indício de que o plano do suspeito era matar os colegas de trabalho por asfixia.

Segundo a polícia, o homem também tinha uma máscara de proteção de gás.

De acordo com o delegado, o plano do suspeito teria duas fases: matar policiais por asfixia durante a madrugada e ficar de tocaia na delegacia até a troca de plantão, para matar outros colegas, incluindo o próprio delegado.

"Ele premeditou o crime, e pretendia matar os outros policiais que renderiam o plantão", disse um dos policiais militares que acompanharam a ocorrência.

Possível motivação

Segundo a reportagem, Dourado estaria insatisfeito com a escala de serviço. Ele teria pedido para "não ser mais escalado para serviço extra, depois quis voltar atrás, mas foi informado de que não tinha como, já que a escala estava feita", disse um policial militar.

"Ele sempre reclamava de algo, não aceitava bem as determinações. Sempre achava que estava sendo preterido. Jamais esperávamos isso. Ele era complicado de se trabalhar, mas não discutia com ninguém. Era muito calado", afirmou uma policial civil que preferiu não se identificar.

Compartilhe