Diário de São Paulo
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Mortes cometidas por PMs em São Paulo aumenta 86% no primeiro trimestre

Secretaria Estadual da Segurança Pública atribui mortes em confronto à reação de criminosos às operações policiais

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. - Imagem: Divulgação / Governo do Estado de São Paulo
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. - Imagem: Divulgação / Governo do Estado de São Paulo

por Marina Milani

Publicado em 01/04/2024, às 15h06


O primeiro trimestre de 2024 trouxe um cenário preocupante em relação à violência policial no estado de São Paulo, com um aumento significativo de 86% no número de mortes cometidas por policiais militares em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo levantamento da GloboNews baseado em dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do Ministério Público Estadual.

O estudo revela um salto alarmante de 106 para 197 mortes entre janeiro e março deste ano. Essa tendência preocupante lança luz sobre a necessidade urgente de revisão das práticas policiais e de políticas de segurança mais eficazes.

Em nota oficial, a Secretaria Estadual da Segurança Pública atribui as mortes em confronto à reação de criminosos às operações de combate à criminalidade, especialmente intensificadas na Baixada Santista, que enfrenta um aumento expressivo na letalidade. Somente na região, as mortes cometidas por PMs saltaram de 15 para 79 no período analisado, representando um aumento de 427%.

O estado de São Paulo tem sido palco de ações policiais cada vez mais frequentes e intensas, especialmente desde o início da Operação Verão, implementada em dezembro para reforçar o policiamento. No entanto, a letalidade policial tem gerado questionamentos e críticas, especialmente após casos como o do cabo do Comando de Operações Especiais (COE) morto por engano por um colega de serviço na Zona Sul de São Paulo.

Diante desses acontecimentos, a Secretaria Estadual da Segurança Pública enfatiza que todas as ocorrências são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário.

Apesar das justificativas apresentadas pelas autoridades, a população exige respostas concretas e medidas eficazes para conter a escalada da violência policial. A necessidade de transparência e prestação de contas por parte das instituições de segurança pública é fundamental para restaurar a confiança da sociedade e garantir a proteção dos direitos humanos.

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