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Letalidade policial em São Paulo aumenta 94% no primeiro bimestre de 2024

Fevereiro registrou 79 mortes, representando um aumento de 174% em relação ao ano anterior

PM-SP - Imagem: Divulgação / Governo do Estado de São Paulo
PM-SP - Imagem: Divulgação / Governo do Estado de São Paulo

Marina Milani Publicado em 04/03/2024, às 08h18


O número de mortes cometidas por policiais militares no estado de São Paulo teve um aumento significativo de 94% no primeiro bimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023, durante o primeiro ano de Tarcísio de Freitas (Republicanos) como governador de São Paulo.

Segundo um levantamento feito pela GloboNews e pelo g1 com base nos números divulgados pelo Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do Ministério Público Estadual, o número de mortes aumentou de 69 para 134 no período analisado.

Esses números incluem mortes cometidas por policiais militares em serviço e de folga em todo o território paulista. A alta foi impulsionada principalmente pelas mortes ocorridas durante o serviço, que aumentaram 129%, passando de 49 para 112, entre os primeiros bimestres de 2023 e 2024.

O mês de fevereiro deste ano registrou uma letalidade policial ainda maior do que em janeiro, com 79 mortes cometidas pela PM no estado de São Paulo, representando um aumento de 174% em relação às 32 mortes registradas em fevereiro de 2023. Em janeiro deste ano, a PM matou 55 pessoas, um aumento de 49% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Um aspecto preocupante apontado pelos dados é o aumento das mortes na Baixada Santista, que se tornou evidente durante a Operação Verão, deflagrada em resposta ao assassinato do soldado Samuel Wesley Cosmo. A região registrou o dobro de mortes em comparação com a capital São Paulo, com 63 mortes durante o primeiro bimestre deste ano.

O aumento das mortes em intervenções policiais ocorre em meio a operações de combate ao crime organizado, segundo o governo, e em resposta aos assassinatos de policiais militares na região. O Ministério Público de São Paulo criou um grupo para investigar todas as mortes ocorridas durante a Operação Verão, com especial atenção aos eventos relacionados ao assassinato do soldado Cosmo.

A Secretaria da Segurança Pública do governo, gerida por Guilherme Derrite, optou por não comentar diretamente os resultados da pesquisa, destacando que a "opção pelo confronto é sempre do suspeito, que coloca em risco a vida do policial e da população". As mortes em intervenções policiais são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e Poder Judiciário.

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