Diário de São Paulo
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Carnaval 2024

"Demonizaram a polícia": desfile da Vai-Vai desagrada delegados de São Paulo

A escola de samba desfilou pelo Grupo Especial na primeira noite em SP, dia 11 de fevereiro

"Demonizaram a polícia": desfile da Vai-Vai desagrada delegados de São Paulo - Imagem: reprodução Instagram @vaivaioficial
"Demonizaram a polícia": desfile da Vai-Vai desagrada delegados de São Paulo - Imagem: reprodução Instagram @vaivaioficial

Jessica Anjos Publicado em 13/02/2024, às 10h32


Após a noite do último sábado (10), início dos desfiles de Carnaval 2024, os delegados de polícia de São Paulo divulgaram uma nota repudiando o desfile da Vai-Vai que se apresentou no Grupo Especial do estado no sambódromo do Anhembi.

De acordo com o que defende o sindicato da categoria, a escola de samba "tratou com escárnio a figura de agentes da lei". "Com direito a chifres e outros itens que remetiam à figura de um demônio, as alegorias utilizadas na ala Sobrevivendo no Inferno, demonizaram a polícia - algo que causa extrema indignação", pontuou o sindicado segundo o UOL.

Na nota, os delegados continuam dizendo que acharam a escolha da escola de samba uma "afronta às forças de segurança pública". "Trata, de forma vil e covarde, profissionais abnegados que se dedicam, dia e noite, à proteção da sociedade e ao combate ao crime, muitas vezes, sob condições precárias e adversas, ao custo de suas próprias vidas e famílias", continua a Sindpesp.

Os profissionais também afirmam que aguardam uma retratação pública da escola. 

De acordo com UOL, a Vai-Vaiexplicou por meio de sua assessoria que no desfile quis fazer "uma série de recortes históricos, como a semana de arte de 1922 e o lançamento do álbum "Sobrevivendo ao Inferno", dos Racionais MCs, em 1997".

A escola de samba ressaltou na nota enviada ao UOL que a segurança pública do estado de São Paulo era uma questão "importante e latente, com índices altíssimos de mortalidade da população preta e periférica" neste recorde histórico. "Além disso, é de conhecimento público que os precursores do movimento hip hop no Brasil eram marginalizados e tratados como vagabundos, sofrendo repressão e, sendo presos, muitas vezes, apenas por dançarem e adotarem um estilo de vestimenta considerado inadequado pra época. Ou seja, o que a escola fez, na avenida, foi inserir o álbum e os acontecimentos hitóricos no contexto que eles ocorreram, no enredo do desfile". 

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