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Casos de feminicídio em São Paulo aumentam 11%

Caso em Caieiras ilustra tragédia, com mãe e filha baleadas por ex-namorado inconformado com término do relacionamento

Feminicídio - Imagem: Reprodução | UOL
Feminicídio - Imagem: Reprodução | UOL

Marina Milani Publicado em 06/01/2024, às 16h55


Os casos de feminicídio apresentaram um aumento de 11% no estado de São Paulo entre janeiro e novembro de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022, totalizando 195 mulheres vítimas, contra 175 no ano anterior. Um caso recente em Caieiras, na Grande São Paulo, exemplifica a tragédia, onde uma mãe e sua filha foram baleadas por um ex-namorado inconformado.

Maria Clara de Oliveira Pereira, de 20 anos, e sua filha foram vítimas de uma tentativa de feminicídio em um episódio chocante. O ex-namorado, Brendon Cunha dos Santos Azevedo, de 26 anos, não aceitando o término do relacionamento, invadiu a casa da irmã de Maria Clara e disparou contra as duas. A mãe foi atingida por seis tiros e está internada em estado grave, enquanto a filha, baleada de raspão, já recebeu alta.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o caso foi registrado como tentativa de feminicídio, e a polícia está em busca do suspeito. O episódio destaca a urgência em enfrentar o problema da violência contra a mulher.

O estado de São Paulo registrou uma queda nos casos de feminicídio na Grande São Paulo em 2022, mas, de forma geral, houve um aumento significativo. A diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, destaca que apenas 8,5% das vítimas de feminicídio em 2023 tinham uma medida protetiva de urgência vigente no momento do assassinato. Esse cenário aponta para o desafio de incentivar as mulheres a denunciarem casos de violência.

A Justiça paulista tem adotado medidas como tornozeleiras eletrônicas em agressores de mulheres presos em flagrante, com 49 indivíduos monitorados na capital paulista. A juíza Tereza Cristina Cabral Santana, da coordenadoria da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ressalta que, apesar de positivas, tais medidas devem ser complementadas por outras ações, como as patrulhas Maria da Penha e Guardiã Maria da Penha, para garantir a proteção efetiva das vítimas.

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