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Crueldade

Adolescente que assassinou família revela motivo cruel

Investigação busca entender detalhes e dinâmica do crime

Adolescente não mostra arrependimento pelo crime - Imagem: Reprodução / Record TV
Adolescente não mostra arrependimento pelo crime - Imagem: Reprodução / Record TV

Sabrina Oliveira Publicado em 22/05/2024, às 12h56


Um crime chocante abalou a Zona Oeste de São Paulo no último fim de semana. Um adolescente de 16 anos confessou ter assassinado o pai, a mãe e a irmã dentro de casa. Em depoimento à polícia, o jovem revelou detalhes do crime e um motivo alarmante: ele teria matado a irmã para que ela não o impedisse de assassinar a mãe.

Isac Tavares Santos, de 57 anos, Solange Aparecida Gomes, de 50 anos, e Letícia Gomes Santos, de 16 anos, foram encontrados mortos em sua residência no domingo (19). O crime só veio à tona após o próprio filho do casal, o adolescente de 16 anos, ligar para a Polícia Militar e confessar o assassinato.

De acordo com o delegado Roberto Afonso, responsável pela investigação, o adolescente relatou que tudo começou na sexta-feira (17), quando seus pais o puniram por tirar o celular e o computador. Inconformado, ele planejou se vingar e matá-los.

No sábado (18), o adolescente colocou seu plano em ação. Pegou a arma de fogo do pai, um agente da Guarda Civil Municipal de Jundiaí, e atirou contra ele pelas costas enquanto ele estava na cozinha. Em seguida, subiu ao primeiro andar da casa e atirou no rosto da irmã, Letícia.

Segundo o adolescente, ele matou a irmã porque sabia que ela poderia impedi-lo de assassinar a mãe quando ela chegasse em casa algumas horas depois. "Ele fala que deu um tiro na nuca do pai. Aí a irmã ouviu o disparo, e ele acessou o primeiro andar e efetuou um disparo no rosto da irmã. Aguardou a mãe chegar. A mãe chegou, e ele fez mais um disparo. Acertou a mãe. No dia seguinte, ele ainda pegou a faca e ainda esfaqueou a mãe porque ainda sentia raiva", afirmou o delegado Roberto Afonso ao g1.

Apesar da brutalidade do crime, o adolescente não demonstrou arrependimento. Ele só se surpreendeu ao saber que seria apreendido pela polícia. "Ele tomou um susto. Foi uma surpresa pra ele que na hora que foi falado: 'você vai ser preso'. Ele se espantou com isso. A gente não sabe se ele estava fora da realidade com relação à apreensão ou pode ser que ele tenha considerado que é um adolescente. A gente vai estar analisando lá na frente", disse o delegado.

A polícia apreendeu os celulares do pai, da mãe, da irmã e do adolescente, além do seu computador. Vizinhos, amigos e familiares serão ouvidos nos próximos dias para ajudar na investigação. A perícia também será realizada nos aparelhos eletrônicos para buscar pistas que possam elucidar o crime e determinar se o adolescente agiu sozinho ou teve a ajuda de alguém.

"A perícia será muito importante nos aparelhos dele, dos pais e irmã. No momento não podemos dizer se teve algum mentor. Até agora sabemos que era uma família pacata. Vamos aprofundar na investigação", completou o delegado Roberto Afonso.

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