Noboa é herdeiro de um império empresarial e ganhou com 52% dos votos
Marina Roveda Publicado em 16/10/2023, às 10h30
No último domingo (5), o milionário de 35 anos, Daniel Noboa, foi eleito o novo presidente do Equador, consolidando sua vitória na tumultuada campanha eleitoral do país. Esta vitória não apenas fez de Noboa o líder mais jovem na história equatoriana, mas também marcou o fim de uma campanha repleta de violência, incluindo o assassinato de um candidato, ameaças do narcotráfico e medidas de segurança extraordinárias para proteger os eleitores.
A própria segurança foi uma preocupação evidente durante as eleições, já que Daniel Noboa, como candidato, votou no domingo usando um colete à prova de balas, uma medida que também foi adotada por candidatos no primeiro turno.
De acordo com as autoridades eleitorais, Daniel Noboa saiu vitorioso com 52% dos votos, derrotando Luisa González, candidata apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa e considerada favorita nas principais pesquisas, que conquistou 48% dos votos e reconheceu a derrota.
Noboa é herdeiro de um império empresarial no Equador, filho de um dos maiores empresários do país e ex-candidato presidencial, Álvaro Noboa. Além de empresário, ele também é ex-deputado e desempenhou o papel de presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico na Assembleia, onde trabalhou em diversos projetos de lei relacionados a economia, tributação e investimentos.
A campanha de Noboa enfatizou a criação de empregos, incentivos fiscais para novos negócios e punições severas para aqueles que sonegam impostos. Casado e com dois filhos, ele estudou em universidades dos Estados Unidos e ingressou na Corporación Noboa, a empresa de sua família, desde jovem.
Este ano, a campanha eleitoral no Equador foi marcada pela trágica morte do candidato Fernando Villavicencio, um jornalista investigativo assassinado a tiros ao sair de um comício em Quito no início de julho. Embora um grupo criminoso ligado ao tráfico de drogas tenha reivindicado a autoria do crime, a promotoria continua investigando o caso. Esse assassinato trouxe a violência sem precedentes na história recente do país ao centro das atenções globais.
A decisão de convocar eleições antecipadas foi tomada após o atual presidente, Guillermo Lasso, enfrentar um processo de impeachment, o primeiro na história recente do Equador. Com uma base legislativa fragilizada, Lasso optou por dissolver o Congresso e convocar novas eleições, um procedimento conhecido como "morte cruzada."
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