Diário de São Paulo
Siga-nos
Crime

Testemunha descreve primeira execução com nitrogênio: "Foi uma tortura"

A prática é inédita nos EUA para aplicar a pena de morte

Testemunha descreve primeira execução com nitrogênio: "Foi uma tortura" - Imagem: reprodução Twitter
Testemunha descreve primeira execução com nitrogênio: "Foi uma tortura" - Imagem: reprodução Twitter

Manoela Cardozo Publicado em 27/01/2024, às 17h00


O estado do Alabama enfrenta críticas intensas após a execução de Kenneth Eugene Smith na quinta-feira, utilizando gás nitrogênio, uma prática inédita nos EUA para aplicar a pena de morte.

Conforme informações do Notícias ao Minuto, condenado por homicídio encomendado em 1988, Smith foi executado na prisão de Holman, em Atmore, levando cerca de 22 minutos para ser declarada sua morte. Contrariando as expectativas, o processo foi marcado por contorções e agonia após o início do fluxo de gás, divergindo das alegações anteriores do Alabama de que o nitrogênio induziria inconsciência rápida e morte em minutos.

Estive anteriormente em quatro execuções e nunca vi um preso a debater-se da maneira como o Kenneth Smith reagiu ao gás nitrogênio", disse Lee Hedgepeth, jornalista que testemunhou a execução, ao programa 'Newsday' da BBC.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, expressou profundo lamento, alertando que o método de "sufocamento por gás nitrogênio" pode equivaler a tortura ou tratamento cruel, não estando em conformidade com padrões internacionais de direitos humanos.

"Nunca vi nada assim. Foi uma tortura", revelou. Jeff Hood considerou ainda que os polícias presentes ficaram "muito surpreendidos que [a execução] não tenha sido mais tranquila", contou.

A execução provocou críticas de organizações de defesa dos direitos humanos, que a consideraram cruel e desumana. O Alabama foi pioneiro no uso do gás nitrogênio para execuções nos EUA, enquanto o estado de Oklahoma aprovou, mas ainda não implementou, tal método.

Compartilhe  

últimas notícias