Ao menos 183 pessoas morreram e milhares estão desaparecidas devido às chuvas dos últimos dias na Europa, que estão fazendo os rios transbordarem e levarem
Redação Publicado em 18/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h00
Chuvas causam inundações gigantescas na cidade de Erftstadt, na Alemanha. Foto fornecida pelo governo do distrito de Colônia em 16 de julho de 2021. — Foto: Rhein-Erft-Kreis via AP
Ao menos 183 pessoas morreram e milhares estão desaparecidas devido às chuvas dos últimos dias na Europa, que estão fazendo os rios transbordarem e levarem tudo pelo caminho principalmente na Alemanha e na Bélgica, segundo as autoridades locais.
O país mais afetado é a Alemanha, onde 156 mortes foram confirmadas até o momento e cerca de 1,3 mil pessoas estão desaparecidas apenas em um distrito ao sul de Colônia, no oeste do país.
O que se sabe até o momento:
O desastre já é tratado como o na Alemanha desde 1962 (quando uma enchente no Mar do Norte deixou cerca de 340 mortos) e a maior quantidade de chuva no país em um século.
As inundações no rio Elba, que em 2002 foram anunciadas como “inundações que acontecem uma vez por século”, mataram 21 pessoas no leste da Alemanha e mais de 100 em toda a Europa.
As chuvas deste ano têm afetado também a Bélgica, onde 27 pessoas morreram e 20 estão desaparecidas, e Holanda, França e Luxemburgo em menor intensidade.
O número de vítimas pode ainda aumentar após relatos de deslizamentos de terra e casas sendo arrastadas pelos rios ou desabando devido à força da água na sexta-feira (16).
Imagens áreas divulgadas pelas autoridades do distrito de Colônia, na Alemanha, mostram uma cratera formada por um deslizamento de terra imenso, que arrastou lama e destroços (veja acima).
Na Alemanha, as cidades e vilas mais afetadas estão no curso do rio Ahr, que nasce quase na fronteira com a Bélgica e deságua no rio Reno. O vale do rio Ahr é famoso pela produção de vinho tinto, e a cidade mais importante da região é Bad Neuenahr-Ahrweiler.
Na Bélgica, a região mais afetada é a Valônia, cuja principal cidade é Liège. Os maiores estragos estão em cidades e vilas ao longo do rio Mosa, que nasce na França, passa pelo país e adentra a Holanda, e também do rio Vesdre, perto da fronteira com a Alemanha.
As cidades mais afetadas pelas chuvas:
O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, pediu na sexta um firme comprometimento com a luta contra as mudanças climáticas e afirmou que esta é a única alternativa para frear fenômenos meteorológicos extremos, como as chuvas intensas que castigam o país.
“Apenas se nos comprometermos de forma resoluta com a luta contra as mudanças climáticas poderemos controlar condições meteorológicas extremas como as que vivemos atualmente”, afirmou Steinmeier em um pronunciamento, em que disse estar “profundamente arrasado” pela tragédia.
A chanceler Angela Merkel havia dito na quinta-feira (15) que os extremos climáticos estão se tornando mais frequentes, o que requer ações para conter o aquecimento global. “Pequenos rios se transformaram em torrentes inundadas e devastadoras”.
As fortes enchentes no oeste da Alemanha transformaram ruas em rios com correntezas violentas, que “varreram” carros, arrancaram árvores e derrubaram ou arrastaram algumas edificações.
Comunidades inteiras ficaram em ruínas após rios transbordarem e varreram cidades e vilas, nos estados alemães da Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado.
Autoridades alemãs confirmam que 1,3 mil pessoas são consideradas “não reportadas” apenas no distrito de Ahrweiler, a cerca de 40 km o sul da cidade de Colônia.
Ainda não é possível saber quantas estão com problemas de comunicação e quantas podem ser vítimas ainda não localizadas.
Em Erftstadt, “as casas foram em grande parte destruídas e algumas desabaram”, disseram as autoridades locais em uma rede social. “Várias pessoas estão desaparecidas”.
As casas desabaram e equipes de resgate tentam chegar de barco ou helicóptero aos moradores, porque as estradas ao redor da cidade estão intransitáveis após terem sido destruídas pela água.
Uma barragem perto da fronteira com a Bélgica transbordou, enquanto outra foi estabilizada.
Cerca de 4,5 mil pessoas foram evacuadas das comunidades a jusante e um trecho da rodovia A61 foi fechado em meio a temores de um possível colapso das estruturas.
Outras cerca de 700 pessoas foram evacuadas de parte da cidade alemã de Wassenberg, na fronteira com a Holanda, após a quebra de um dique no rio Rur.
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Fontes: G1 – Globo.
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