A guerra na Ucrânia já fez, segundo dados da ONU, mais de 2 milhões de refugiados até agora. Entre tantas famílias divididas, buscando proteção e a
Redação Publicado em 08/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 14h51
A guerra na Ucrânia já fez, segundo dados da ONU, mais de 2 milhões de refugiados até agora. Entre tantas famílias divididas, buscando proteção e a sobrevivência, estão os Kolesnikov. Os irmãos Andrii e Sergii, artistas circenses, eram parceiros nos picadeiros (onde ocorrem as apresentações no circo), mas hoje, milhares de quilômetros os separam.
Sergii mora em Belo Horizonte (MG) há 5 anos, conheceu a esposa em uma das viagens a trabalho e decidiu construir uma família em solo brasileiro. Andrii, está, neste momento, escondido, em um abrigo, junto com oito desconhecidos, em algum ponto da Ucrânia. O local exato, ele não pode contar. “Os russos não podem saber onde as pessoas estão escondidas”, explicou ele.
Os pais, irmã e sobrinhos conseguiram fugir da Ucrânia, passaram pela fronteira com a Moldávia, e agora estão na Bulgária. Andrii não pôde acompanhar a família, devido a uma lei, em vigor desde fevereiro no país, segundo a qual homens entre 18 e 60 anos estão proibidos de deixar a Ucrânia, pois caso necessário, serão chamados para o combate.
Andrii conta que imaginava que a guerra duraria um dia, mas quando o tempo foi passando e os ataques começaram a ficar mais próximos, ele percebeu que era o momento de procurar proteção. A sirene toca a cada hora, indicando a aproximação de mais um míssil. Isso ocorreu, inclusive, durante a entrevista com o rapaz.
“3 da manhã, 7 da manhã…11 da noite, toda hora”, relata Andrii sobre o disparo das sirenes.
Nos últimos dias, o local mais seguro, tem sido um quarto, em uma garagem, dividido entre ele e duas famílias, incluindo crianças. Mas, por segurança, o esconderijo sempre muda. As fugas também não são fáceis. Além da apreensão nas barreiras de checagem, é preciso ter paciência. Filas enormes de carros se formam nos postos de combustíveis. A espera pode chegar a três horas, e só é permitido abastecer 20 litros de combustível por veículo.
Ucranianos aguardando para abastecerem seus veículos, durante invasão russa no país — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Andreii segue nessa vida nômade, sem saber quando vai ver seu irmão novamente. A última vez foi em outubro do ano passado, quando Sergii visitou a família em Kiev. Mas neste momento, o que os dois mais querem é que os pais venham para o Brasil, e fiquem o mais longe possível da guerra. Criaram até uma campanha online para juntar dinheiro e comprar as passagens, mas ainda não conseguiram o valor suficiente para isso.
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G1
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