Milhares de russos tentam deixar o país
Agência Brasil Publicado em 23/09/2022, às 15h21
Vários centros de recrutamento militarna Rússia foram atacados com coquetel molotov desde o início da mobilização parcial decretada pelo presidente russo Vladimir Putin, de acordo com relatos de hoje (23) da imprensa local.
Como resultado de um dos ataques a um posto de alistamento na cidade de Khabarovsk, na parte oriental da Rússia, duas casas foram incendiadas, embora não tenha havido feridos.
Na região de Amur, na fronteira com a China, assaltantes desconhecidos também tentaram incendiar um posto de alistamento, num ataque que danificou a fachada do edifício.
No dia anterior, foram relatados ataques contra pelo menos quatro centros de recrutamento em São Petersburgo, Nizhny Novgorod, Orenburg e Zabaikal.
Ao mesmo tempo, milhares de russos tentam deixar o país, na sequência da mobilização parcial decretada por Putin, na quarta-feira (21), que deverá envolver 300 mil reservistas, alegadamente para ajudar na invasão da Ucrânia.
Mais de 1,3 mil pessoas foram detidas na quarta-feira em várias cidades, em protestos contra a guerra, o que não impediu a oposição ao Kremlin de convocar uma nova manifestação para este sábado (24).
O Ministério da Defesa considera prioritária a mobilização de atiradores, condutores de tanques, artilheiros, motoristas e mecânicos.
Serão mobilizados soldados e sargentos com menos de 35 anos de idade e oficiais com menos de 55 anos, mas não os estudantes.
Engenheiros de informática, funcionários de bancos, especialistas em comunicação e jornalistas também ficam isentos de recrutamento, assim como trabalhadores de empresas da indústria militar, pais de famílias numerosas, responsáveis por pessoas com deficiências, doentes e russos que vivem no estrangeiro.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de 6 milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica essa crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela maioria da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e econômicas.
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