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Papa encerra viagem ao Cazaquistão e crítico conservador se manifesta

Bispo questionou valor de grandes encontros de fé

Papa encerra viagem ao Cazaquistão e crítico conservador se manifesta - Imagem: reprodução grupo bom dia
Papa encerra viagem ao Cazaquistão e crítico conservador se manifesta - Imagem: reprodução grupo bom dia

Agência Brasil Publicado em 15/09/2022, às 14h42


O papa Francisco encerrou a viagem ao Cazaquistão nesta quinta-feira (15), quando um de seus críticos mais fortes questionou abertamente o valor de grandes encontros de fé, como a que o pontífice participou, chamando-os de "supermercado de religiões" que diminuíram o status da Igreja Católica.

No último dia de sua visita de três dias, Francisco presidiu reunião de bispos, padres e freiras na catedral da capital cazaque.

Na plateia, estava o bispo local Athanasius Schneider, um arquiconservador que, muitas vezes, criticou incisivamente o papa progressista em uma série de questões.

O principal motivo da visita do papa foi a participação no 7º Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, encontro que reúne cristãos, judeus, muçulmanos, budistas, hindus e outras religiões.

Ao elogiar a capacidade do congresso de "promover o respeito mútuo no mundo", Schneider, de 61 anos, disse acreditar que há o "perigo" de colocar o catolicismo no mesmo plano de outras religiões.

"Pode dar a impressão de um supermercado de religiões, e isso não é correto, porque só existe uma religião verdadeira, que é a Igreja Católica fundada pelo próprio Deus", disse Schneider a repórteres na catedral.

Conservadores como Schneider criticam alguns aspectos do Concílio Vaticano II, entre 1962 e 1965, que pediu diálogo com outras religiões.

Eles também dizem que os católicos devem fazer proselitismo ativamente para converter outros ao catolicismo e se opor à insistência de Francisco de que os potenciais convertidos devem ser atraídos à fé por nada mais do que o exemplo dos cristãos.

O bispo também defendeu o direito de criticar o papa publicamente, chamando-o de dever fraterno útil para toda a Igreja de 1,3 bilhão de integrantes.

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